Temporal em São Paulo já prejudica abastecimento na Ceasa em Campo Grande

11/02/2020 14h34 - Atualizado há 4 anos

Um dia depois de temporal em São Paulo, Ceasa de Campo Grande reduz oferta de mercadorias

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Bruno Henrique

Os reflexos da chuva forte que interditou as vias de São Paulo já aparecem aqui em Mato Grosso do Sul. Um dia depois do temporal que deixou a Central de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) embaixo d’água na capital paulista, o volume de mercadorias na Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa) em Campo Grande foi bem menor. Os comerciantes do Estado não descartam aumento no preço dos hortifruti nos próximos dias, se houver desequilíbrio entre a demanda e a oferta pelos produtos.

Na central de abastecimento na capital de Mato Grosso do Sul, os comerciantes ainda estão organizando a última carga de sábado passado, onde realizam a avaliação do que será possível aproveitar, além de checarem o que poderá ser utilizado dos estoques. Eles ainda tentam, como alternativa, recorrer a produtos e produtores de outros estados e até mesmo de produtores rurais locais para suprir a falta das cargas perdidas.

Grande parte dos comerciantes que atuam na Ceasa recebe as cargas às terças, quintas e sábados, vindas da Ceagesp. Embora o Sincomat (Sindicato do Comércio Atacadista de Hortifrutigranjeiros e Pescados), que representa os fornecedores da capital paulista, afirma que toda mercadoria foi perdida, o sócio proprietário da empresa Mape Frutas, André Vasconcelos, de 39 anos, explicou ao Correio do Estado que não se perdeu toda mercadoria.

“Nosso galpão foi tomado pela água. Alguns produtos que estavam em cima dos caminhões conseguimos salvar, mas o restante foi perdido por conta da inundação. Isso sem contar a obstrução da passagem dos veículos”, afirmou Vasconcelos. Ele também diz que é cedo para números exatos, mas que com certeza haverá prejuízo e será difícil manter os preços.

“Os preços de oferta e demanda serão alterados de acordo com os produtos que estiverem em falta. Se algum produto específico estiver em grande falta no mercado, com a mesma procura de antes, mesmo com a qualidade menor o preço poderá aumentar”, indica Vasconcelos. Por fim, ele tranquiliza os consumidores, dizendo que as alterações não serão grandes, nem duradouras, e dependerão de como estará o tempo nos dias seguintes.

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Maioria das frutas comercializadas em Campo Grande, passa por São Paulo - Bruno Henrique

STATUS

A Ceasa de Campo Grande trata a situação como princípio de desabastecimento. Ao ser questionado sobre auxílio das instituições em relação ao acontecido, André Vasconcelos contou ao Correio do Estado que a Ceagesp não tem plano auxiliar para essa situação.

Toda perda, consequência e solução será de responsabilidade de cada empresário e comerciante individual. A volta das atividades não tem previsão exata, e está dependendo do clima. “Se parar de chover, escoar a água, tudo volta ao normal amanhã já. Se não, depende de quando parar de chover, mas a companhia não se responsabiliza por nada e não nos ajuda, temos que nos virar” disse o comerciante.

Camila Andrade Zanin

CORREIO DO ESTADO