Suspeito esfaqueou idosa, filha e neto ao menos seis vezes antes de incendiar corpos

10/11/2025 16h31 - Atualizado há 7 dias

O caso será investigado como duplo feminicídio e homicídio qualificado

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Mãe e filho foram esfaqueados e tiveram os corpos carbonizados. (Reprodução)

Rosimeire Vieira de Oliveira, de 37 anos, a mãe, Irailde Vieira Flores Oliveira, de 83 anos, e o filho, Bruno de Oliveira Gonçalves, de 14 anos, foram esfaqueados antes de terem os corpos carbonizados na madrugada desta segunda-feira (10), em Rochedo, a 67 quilômetros de Campo Grande. O suspeito pelo duplo feminicídio e homicídio é Higor Thiago Santana de Almeida, vulgo ‘Pezão’.

Ao Jornal Midiamax, o delegado Jarley Inácio de Souza informou que a dinâmica do crime continua sendo investigada. Entretanto, exames preliminares indicaram que as vítimas foram esfaqueadas na região do pescoço e tórax ao menos seis vezes.

“Não saiu o resultado definitivo da perícia; em conversa com o médico-legista, preliminarmente ele adiantou que as vítimas teriam sido feridas com faca”, explicou.

Segundo o delegado, uma faca com vestígios de sangue também foi encontrada próximo ao local do crime. “Foram encontrados vestígios de sangue na roupa e bota dele [Higor]. Os três sofreram perfurações por arma branca, em torno de cinco a seis facadas cada vítima, mas não saiu de forma conclusiva o resultado ainda”, detalhou.

Passagens por estupro e cárcere privado

Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o suspeito, em setembro de 2016, teria agredido com socos uma mulher — anterior a Rosimeire —, além de obrigá-la a manter relações sexuais com ele. A vítima também havia sido impedida de sair da residência para trabalhar e foi ameaçada de morte pelo homem, que na época era faixa azul de jiu-jítsu.

A mulher só conseguiu procurar a Delegacia de Polícia após o homem libertá-la do cárcere privado. Ainda, ele teria dito: “Depois de tudo isso, eu sei que você vai largar de mim, porque você já avisou que, se tivesse outra agressão, você iria largar de mim, então vou fazer tudo como se fosse a última vez, como se fosse uma despedida”.

Enquanto estava na delegacia registrando o boletim de ocorrência, Higor, na época, teria passado em frente ao local, dizendo: “Eu falei para você não fazer, eu não tenho medo de polícia, já fiquei preso um ano”.

Posteriormente, ele foi preso em flagrante por policiais da Polícia Civil.

Incêndio em residência da ex

Agora, nove anos depois, Higor Thiago Santana de Almeida é suspeito de ter ateado fogo na residência da ex-companheira Rosimeire Vieira de Oliveira. No local, estavam também a mãe da vítima, Irailde Vieira Flores de Oliveira, de 83 anos, e o filho Bruno de Oliveira Gonçalves, de 14 anos — todos morreram carbonizados na madrugada desta segunda-feira (10).

Segundo o boletim de ocorrência, a PM foi acionada e, chegando ao endereço, encontrou vários moradores com mangueiras tentando conter o fogo. No local, havia um brigadista de um frigorífico, que relatou ter entrado na casa e visto um corpo, aparentemente de uma criança, carbonizado.

Aos policiais, uma amiga de Rosimeire contou que a vítima lhe pediu socorro pelo WhatsApp, dizendo que havia uma pessoa na residência. Na ocasião, a amiga relatou que possivelmente o incêndio teria sido criminoso, pois ela suspeitava de que o autor seria um ex-companheiro que não aceitava o fim do relacionamento com Rosimeire.

Diante dos fatos, os militares iniciaram diligências e foram até a casa do suspeito, na Rua Mato Grosso. Lá, Higor foi localizado e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, onde o caso é investigado.

Layane Costa

MIDIAMAX