Sem ambulâncias, Samu tem média de 89 acionamentos por dia em Campo Grande
Segundo o Ministério Público, são 35.948 chamados por mês
Com número insuficiente de viaturas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tem média de 89 acionamentos por dia. Segundo relatório do Ministério Público Estadual (MPE), que investiga o problema, os socorristas dispõem apenas de duas ambulâncias básicas, uma de intervenção rápida, que não leva pacientes, e duas motos, sem nenhum veículo avançado, diante de uma demanda de 35.948 ligações por mês. Deste total, 2.690 dos telefonemas, ao menos em tese, geram deslocamento.
Atualmente, a três viaturas avançadas existentes estão em oficinas, sem previsão de liberação, o que agrava ainda mais a situação. Ao todo, são 10 ambulâncias básicas habilitadas e qualificadas, financiadas pelo Ministério da Saúde, Estado e Município. Dessas dez, oito encontram-se paradas para conserto, sendo que, no mês de junho, apenas 5 básicas estavam integrando a frota ativa.
Cada unidade da frota roda cerca de seis mil quilômetros por mês, o que acarreta desgaste e exige constante manutenção, já que cada veículo tem em média cinco anos de uso. Para mininimizar o problema, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) transferiu o transporte de pacientes de postos de saúde para unidades hospitalares, que antes era feito pelo Samu, para uma ambulância básica cedida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), com apoio do Corpo de Bombeiros.
A 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública de Campo Grande instaurou inquérito civil para apurar a insuficiência do número de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), diante do risco de interrupção do serviço. A ação é resultado de reportagens publicada no Correio do Estado nos dias 9 e 11 de julho. Segundo edital publicado no Diário Oficial do Ministério Público Estadual desta sexta-feira, pela promotora de justiça Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, são alvos de investigações a Sesau e SES.
AÇÃO
Informações apuradas pela reportagem apontam que grupo pretende mover ação civil pública junto ao Ministério Público, contra a administração municipal, por causa dos problemas da viatura. Segundo especialistas, existem métodos eficientes de gestão para garantir a reposição de viaturas, a exemplo do Mapa de Carga, que consiste em enviar ao Ministério da Saúde informações atualizadas sobre o número de atendimentos e distância percorrida diariamente pelas viaturas, sem que seja necessário esperar que o veículo fique em completo desuso para solicitar a troca.
Por RENAN NUCCI - Correio do Estado
Foto: Arquivo Correio do Estado