Saúde alerta: negativo de teste rápido não garante que paciente não tenha Covid-19

30/04/2020 08h18 - Atualizado há 4 anos

Somente testes com resultado positivo são conclusivos

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Valdenir Rezende/Correio do Estado

Os testes rápidos para Covid-19 disponíveis nas farmácias não são conclusivos quando dão negativo. O alerta é do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. Ele disse os resultados podem causar falsas impressões e fazer com que contaminados andem pelas ruas transmitindo a doença mesmo sem saber.

Isso acontece porque o exame funciona de acordo com os anticorpos presentes no organismo e em alguns casos, a pessoa está com o agente, mas seu organismo ainda não está “lutando” contra ele.

Em reunião com representantes do Governo, clínicas e institutos particulares que oferecem testes rápidos foram orientados a encaminhar todos os resultados ao Laboratório Central (Lacen), para que sejam incluídos no boletim epidemiológico.

“Todas as farmácias que fazem o teste precisam estar creditadas pelo Lacen para que possamos acompanhá-los”, completou Resende.

MEDIDA

A realização dos exames de sorologia da Covid-19 em estabelecimentos privados foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em caráter temporário e excepcional.

O teste rápido usa dispositivos de uso profissional de fácil execução. São parecidos com exame de glicemia. Os resultados saem entre 10 e 30 minutos.

Sabendo do risco dos falsos negativos, a Anvisa determinou que os resultados desse tipo de testagem não entrem nas contas oficiais de contaminados, devendo o paciente fazer outros exames para se confirmar com mais certeza a presença do novo coronavírus no corpo. Inclusive a liberação enfrentava resistências, em razão de questões sanitárias e ligadas também à eficácia dos exames.

Nas farmácias de Campo Grande, os testes rápidos para Covid-19 são encontrados com preços a partir de R$ 110. O Correio do Estado apurou que é possível que os preços caiam à medida que mais farmácias tenham o teste e a concorrência aumente.

Gabrielle Tavares, Ricardo Campos Jr

CORREIO DO ESTADO