Rei da falsificação tinha fornecedor e dados de documento extraviado

29/08/2016 00h00 - Atualizado há 5 anos

A polícia descobriu que o jovem de 23 anos, flagrado com dezenas de documentos falsos no início deste mês, em sua residência, no bairro Nova Lima, região norte de Campo Grande, possuía um fornecedor. Ao G1 o delegado Maércio Alves, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Defraudações e Falsificações (Dedfaz), disse que o estelionatário tinha acesso a tais informações com terceiros e dados a partir de documentos extraviados.

O caso foi encaminhado para unidade especializada após a 6ª Delegacia vistoriar a casa do suspeito. O local, conforme a polícia, servia de escritório para fabricação de RGs, Carteira Nacional de Habilitação (CNHs) e Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLVs), no qual ele usava papel moeda verdadeiro e inseria informações falsas. Em depoimento, o homem disse que vendia cada documento por R$ 400.

Entenda o caso

A investigação começou quando estávamos verificando alguns pneus aro 20 furtados, que ele estava comercializando. Nós descobrimos que o jovem atuava como receptador e a pessoa que entregou o produto a ele estava cobrando. Ao chegar na casa e vistoriarmos o local, constatamos que o jovem estava com um notebook, o papel moeda e diversos documentos impressos, afirmou ao G1 a delegada Christiane Grossi, responsável pelas investigações.

Os policiais do Serviço de Investigações Gerais (SIG) da 6ª D.P. apreenderam o material e o suspeito foi encaminhado para a delegacia. Ele confessou tranquilamente o crime e disse que, há três meses, estava vendendo os documentos. Apenas as informações inseridas são falsas e o papel era verdadeiro, sendo com isso até registro em cartório ele conseguiu. Entre os documentos falsos, o suspeito usou inclusive uma foto sua para fazer um RG, explicou Grossi.

Até o momento, a hipótese era de que o suspeito emitia tais documentos com a intenção de conseguir empréstimo, créditos bancários e fazer compras na cidade. Foram apreendidos no total 24 RGs, 8 CNHs e 7 CRLVs. O jovem ainda estava adquirindo um veículo e deu um lance de R$ 17 mil para ser contemplado em um consórcio.

Indiciamento

O suspeito, que não tinha antecedentes criminais, irá responder por falsificação de documento público. A pena é de reclusão de 2 a 6 anos, além da multa. Além disso, responde pelo crime de receptação culposa, por conta dos pneus que estavam sendo revendidos. A pena varia de detenção de 1 mês a 1 ano, além de multa.

G1 MS