Ricardo Campos Jr

Alunos, professores e funcionários das escolas estaduais de Mato Grosso do Sul vão ter uma “semana do saco cheio” antecipada entre 31 de agosto e 7 de setembro. A informação foi repassada pela secretária de Educação, Maria Cecília Amêndola da Motta durante transmissão ao vivo pelas redes sociais..

“Eu tenho percebido o nosso desgaste, falo nosso porque me coloco na mesma situação de vocês. Desgaste dos professores, diretores, dos administrativos, das famílias, dos estudantes, pais, mães, avós que estão ensinando os filhos e netos. resolvemos dar uma pausa”, disse a gestora.

Ela acrescenta que irá conversar com os municípios para saber se eles topam acompanhar o Estado nessa mini-folga.

“Vamos pedir aos diretores, professores, pais e alunos que fechem os computadores, cuidem de suas famílias, não vamos abrir nem o telefone, não vamos responder nada”, explicou Maria Cecília, ressaltando que o feriadão servirá para que todos recomponham as energias.

Ela reconhece que as equipes administrativas e pedagógicas têm dado “demais o sangue” pela educação nesse período de pandemia, recordou o esforço dos educadores em preparar atividades, corrigi-las ou até mesmo gravar vídeos com explicações para os alunos, mas ela pede que nas próximas duas semanas eles façam um esforço extra para deixar tudo em dia, de modo que a folga seja possível sem prejudicar a pauta educacional.

O retorno a princípio está marcado para o dia 7 do mês que vem, quando também vence o decreto que mantém os encontros entre alunos e professores suspensos. Cecília reconhece que ele pode ser prorrogado. “Vamos conversar com todos vocês (professores) para saber até quando vamos estar prorrogando esse início das aulas de acordo com os boletins”, completa.

Não há informações se a folga é a antecipação da semana do saco cheio, que compreende os cinco dias que batem com os feriados da Divisão do Estado e de Nossa Senhora Aparecida, ou se em outubro haverá nova pausa.

CONTURBADO

A pandemia chegou a Mato Grosso do Sul em março. As aulas foram suspensas no dia 23 daquele mês. As atividades foram mantidas remotamente pela plataforma Google Classroom e por transmissões em canais de televisão aberta.

Conforme os casos do novo coronavírus avançaram no Estado, a suspensão foi sendo prorrogada mês a mês até o poder público decidir pela antecipação das férias de julho para maio.

O Correio do Estado já havia adiantado a possibilidade das aulas sequer retornarem mais no presencial em 2020. Porém, o martelo ainda não foi batido e o protocolo para a volta dos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE) ainda está em fase de conclusão.

Conforme o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, parte do plano de biossegurança para o retorno ainda não foi concluída, e o governo estuda a possibilidade de testar alunos para a Covid-19.

Especialistas afirmam que 2020 já é considerado ano perdido para a Educação, já que a absorção dos conteúdos à distância não é a mesma. Já os epidemiologistas afirmam que as escolas devem ser um dos últimos setores a voltar a normalidade e somente quando a imunidade de rebanho for atingida, com algo em torno de 20% da população infectada. 

CORREIO DO ESTADO