Procurados: Mato Grosso do Sul tem 8 dos criminosos mais importantes na lista da Interpol

19/06/2021 10h41 - Atualizado há 2 anos

Na lista da Interpol estão 92 brasileiros

Cb image default

(Reprodução Interpol)

Assassinatos, tortura, tráfico de drogas. Estes são alguns dos crimes cometidos por brasileiros nascidos em Mato Grosso do Sul que passaram a integrar a lista da Interpol - Organização Internacional da Polícia Criminal - onde estão 7.666 dos mais procurados do mundo.

Nomes que vão parar na lista da Interpol, em geral, referem-se a pessoas com mandados de prisão em aberto - julgadas ou não por seus crimes - que podem ser presos por qualquer força policial dos 190 países que integram a organização, fundada em 1923 e sediada em Lyon, na França. No Brasil, a Polícia Federal é a representante da organização e responsável pela comunicação dos foragidos.

Ao todo, a lista tem 92 brasileiros, conforme o levantamento mais recente. Destes, 8 são sul-mato-grossenses - a maioria de Ponta Porã, a 346 quilômetros da Capital, na região da fronteira com o Paraguai. A região é fronteira seca do país e tornou-se corredor do tráfico de drogas e de armas, por onde entram maconha, cocaína e armamento, que municiam o tráfico nos maiores centros urbanos do país. Todavia, os mandados de prisão pelos quais os procurados são considerados foragidos podem ter sido emitidos por outros Estados.

Na lista dos 8 sul-mato-grossenses estão: Ramão Anacleto Brites Davalo, de Aral Moreira; Marcela Pavão Palácios, de Campo Grande; Maria Ivonete, de Bandeirantes; e, de Ponta Porã, Jacinto Mareco Argelho, Carlos Alberto, Paulino Mário Soares Rezende, Juanil Miranda Lima e Marcial Adario Acosta.

Cb image default
Divulgação

O procurado mais famoso dessa lista, é Juanil Miranda Lima, acusado de associação criminosa e assassinatos. Ele é considerado foragido desde o homicídio de Matheus Coutinho de 20 anos, morto com tiros de fuzil em frente da sua casa, em Campo Grande. O assassinato aconteceu por um erro do pistoleiro que estava na companhia de seu comparsa, José Moreira Freires, que também integrava a lista da Interpol - ele deixou de figurar entre os mais procurados após a sua morte, durante confronto com a polícia em 2020.

Cb image default
Divulgação

Também na lista, Marcela Pavão - conhecida como "Loira" e que já chegou a ser presa em 2015, em Ponta Porã - fazia parte de uma quadrilha de traficantes que também praticava assaltos e furtos. No caso citado, além de Marcela, foram presos Cézar da Silva, de 37 anos, Célia Garcia Aquino, 28, vulgo Japa; Eliete Alfonso Wider, 28, vulgo “Gorda”; Arnaldo Cuevas, 20; Valdecir de Jesus Ocampos, 18; Ricardo Aparecido Belgamo, 34, vulgo “Nego”; Daniel Raimundo Gomes Siqueira, 33; Maria José Oliveira Siqueira, 61; e Fábio Ribas Camargo, de 24 anos.

Cb image default
Divulgação

Já Marcial Adario Acosta é procurado por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Ele é apontado, segundo investigações, como liderança no tráfico internacional de entorpecentes envolvendo a Bolívia, Paraguai e Peru. Ele responde a processos na Justiça Federal do Rio Grande do Sul. O restante dos nomes da lista é procurado por crimes como tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Lista nacional

Além da famosa lista da Interpol, o Brasil também dispõe de sua própria relação de foragidos. trata-se da Lista de Procurados Nacional, organizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, e que reúne criminosos com mandados de prisão em aberto, a partir de metodologia elaborada pelo Ministério.

Segundo a pasta federal, para atender aos critérios de integrar a lista brasileira, algumas premissas são necessárias, além do mandado de prisão em aberto: os criminosos precisam ter envolvimento em crimes graves e violentos; participação direta ou indireta em organização criminosa; não constar na Lista da Interpol (Difusão Vermelha); dentre outras. Todavia, vale lembrar que Juanil Miranda consta em ambas.

A Ministério destaca que os indivíduos da Lista de Procurados Nacional "são perigosos e de alto risco", recomendando-se "o acionamento das forças policiais para efetuarem as prisões" (colaborou Guilherme Cavalcante).

Thatiana Melo 

MIDIAMAX