Prefeitura de Maracaju adere a tratamento precoce, mas joga toda a responsabilidade para o paciente

09/04/2021 08h25 - Atualizado há 3 anos

Na mesma postagem fala em tratamento precoce e atendimento precoce, como se ambos fossem a mesma coisa

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"Município de Maracaju adere protocolo de tratamento precoce conta a Covid-19", esse é o título do texto de meia dúzia de linhas, publicado pela assessoria de imprensa do município, em seu site oficial, para recomendar que a população, "ao perceber os sintomas da COVID-19, que solicite atendimento e tratamento precoce".

A Prefeitura não explica como irá deixar o protocolo, do próprio Ministério da Saúde, que orienta os passos a serem seguidos em caso de suspeita de infecção pelo vírus.

Também deixa no ar a questão do "PRECOCE", um atendimento ou tratamento só podem ser precoces se forem feitos antes do paciente adquirir a doença.

Também não identifica os medicamentos a serem utilizados no tratamento que está recomendando.

Outra frase que suscita dúvidas é "SEU MÉDICO JÁ ESTÁ CIENTE", uma afirmação estranha para uma recomendação sem amparo científico e que joga toda a responsabilidade, de complicações e até de morte, sobre os ombros do paciente. A frase dá a entender que os médicos foram orientados a oferecer esse tratamento.

Em momento algum a Prefeitura de Maracaju, nem sua Secretaria de Saúde, apresentam o termo de ciência e consentimento, que deveria estar amplamente divulgado, atém mais que a recomendação de tratamento, visto que o próprio Ministério da Saúde criou o termo para "tentar" se resguardar de futuras demandas judiciais, advindas de um "tratamento", como a OMS, organismos internacionais e o Próprio Ministério da Saúde advertem, sem comprovação científica e com graves riscos a saúde dos pacientes.

Abaixo o texto "explicativo" postado no site da Prefeitura de Maracaju.

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Entramos em contato com a Secretaria de Saúde de Maracaju, através de e-mail, solicitando informações a respeito do caso, como valores dos medicamentos, como se deu o processo de aquisição e a identificação dos fornecedores.

Ainda estamos aguardando resposta.

Mesmo com as manifestações de infectologistas e médicos intensivistas, com relação aos danos causados pela medicação do TRATAMENTO PRECOCE, prefeituras tem aderido ao mesmo, motivando rumores e dúvidas sobre um possível LOBBY, patrocinado por empresários, junto ao executivo, legislativo e até entre "líderes religiosos".

Por TONI REIS