Prefeito diz que para ser efetivo lockdown teria que ser de dois meses

06/08/2020 08h17 - Atualizado há 3 anos

Trad disse que 14 dias não diminui casos, mas que grupo técnico analisa questões levantadas pela Defensoria

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Defensoria pede na Justiça o fechamento de todas as atividades não essenciais - Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado

Adriel Mattos, Glaucea Vaccari

Prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, voltou a afirmar, nesta quarta-feira (5), que o pedido de lockdown feito pela Defensoria Pública na Justiça não teria efeito sobre os casos de coronavírus.

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio do defensor-público-geral, Fábio Rogério Rombi da Silva, ingressou com uma ação civil pública pedindo a restrição total de todas as atividades não essenciais por pelo menos 14 dias.

Ao Correio do Estado, o prefeito disse que a questão foi encaminhada para um grupo técnico, que analisará os questionamentos, mas ressaltou que um lockdown de duas semanas, como o solicitado, não adianta.

“Especialistas falam que precisa de pelo menos 60 dias. Pelo que já foi visto no mundo, 14 dias não resolve, teria que ser 60 dias para achatar a curva, mas aí quebraria todo mundo”, comentou.

Administração municipal tem 72 horas para apresentar defesa na ação, antes do juiz José Henrique Neiva Carvalho e Silva, titular da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, decidir sobre o pedido de liminar.

Na ação, Rombi cita o crescimento de casos de coronavírus em Campo Grande e as altas taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para justificar a medida.

Além do fechamento das atividades não essenciais, Defensoria quer restringir circulação de veículos particulares e limitação do funcionamento do transporte coletivo para apenas funcionários dos serviços essenciais ou pessoas que precisarem de médicos.

Na terça-feira (4), prefeito afirmou que a interpretação da Defensoria dos dados do boletim do programa estadual Prosseguir divergem do entendimento do município.

“Se baseando na mesma planilha, nós entendemos que estamos achatando a curva, inclusive com diminuição do número de óbitos, o que nos leva a entender que não é necessário o lockdown”, disse Trad.    

CORREIO DO ESTADO