Policiais monitoram prédio e mais indígenas se juntam ao protesto na Capital
Eles pedem a exoneração do atual coordenador da Fundação
Agentes da Polícia Federal à paisana e policiais militares estão nas proximidades do prédio da Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Campo Grande para monitorar e controlar a manifestação que começou na manhã de hoje. Lideranças indígenas acamparam no local para pedir a exoneração do coordenador regional do órgão, Paulo Rios Júnior.
Funcionários da Funai, que não quiseram se identificar, contaram à reportagem do Portal Correio do Estado que, o coordenador da Fundação chegou ao local por volta das 8h para trabalhar e acabou sendo cercado por indígenas.
Segundo os relatos de testemunhas, o coordenador teria se recusado a conversar, respondendo que os indígenas invadiram o prédio. Ele atravessou a rua correndo e acabou caindo. Não é possível precisar se ele tropeçou ou recebeu uma rasteira.
Já os funcionários da Funai disseram que o coordenador foi atingido por uma lança e precisou ser levado para o hospital. Ele fez um curativo e depois de ser liberado foi até a sede da PF para comunicar a ocorrência.
A reportagem tentou contato com as assessorias de imprensa da Funai e da PF para confirmar a agressão e o registro da ocorrência. No primeiro caso, a ligação não foi atendida. Já a assessoria da PF disse que a informação seria verificada, mas não respondeu até o fechamento da matéria.
PREVISÍVEL
Ainda segundo os funcionários da Funai, a ocupação do prédio era esperada. Isto porque, servidores que têm “livre acesso” às reservas e conversam com mais frequência com as lideranças tinham sido informados sobre a intenção dos indígenas.
Os diálogos entre os funcionários da Funai e as lideranças giravam em torno de uma manifestação pacífica, mas existe um clima de tensão no prédio. É que indígenas que estavam participando de uma reunião sobre reintegração de posse no Ministério Público Federal em Campo Grande e de outros municípios estão chegando para fortalecer a manifestação.
Existe ainda a informação de que eles vão chegar ao prédio em um ônibus. Os funcionários da Funai que têm contato direto com as lideranças não esperavam que a manifestação tomasse essa proporção.
Por MARESSA MENDONÇA E RAFAEL RIBEIRO - Correio do Estado
Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado