Polícia apura participação de funcionários em quase invasão de banco

25/06/2018 00h00 - Atualizado há 5 anos

Quadrilha chegou à Capital na quinta-feira e era orientada pelo celular

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul vai investigar a participação de funcionários do Sicredi com repasse de informações e dados à quadrilha de Ceilândia (DF) presa pelo Batalhão de Choque (tropa de elite da PM) na madrugada do último domingo (25) no momento em que invadiam a agência da Avenida Eduardo Elias Zahran, no Itanhangá Park, região central da Capital.

A hipótese não foi descartada pelo tenente-coronel Marcis Vinícius Polleti, comandante do Choque, nesta segunda-feira (26). Chamou a atenção da polícia o conhecimento que a quadrilha, principalmente os líderes, que se comunicavam com os três homens presos no local através de um aplicativo de mensagens pelo celular, tinham do prédio sem sequer estarem na Capital.

Conforme divulgado, no momento das priões um dos suspeitos mandava fotos da laje e telhado, recebendo de imediato as indicações de como desarmar e passar desapercebido pelas câmeras e sensores, com detalhes da localização dos aparelhos. No sábado, as dicas incluíam até vestimentas para os ajudarem a não serem não serem identificados.

O que chama a atenção da polícia é que o bando estava apenas desde quinta-feira (21) em Campo Grande, conforme ratificou a jovem de 27 anos contratada para abrigar os bandidos. Ela acabou presa durante o domingo e confessou que sabia do motivo pelo qual recebeu os visitantes, ganhando R$ 500 pelo abrigo.  

O Portal Correio do Estado revelou que nas mensagens interceptadas pela polícia, os líderes do grupo demonstravam preocupação pela existência de uma base da PM na rua atrás do banco. Na verdade era é uma das clínicas da corporação na cidade, fato que só descobriram no sábado (23), após fazerem vistorias pela região.

BANDO

De acordo com Polleti, todos os três detidos tinham antecedentes criminais de roubo. As apurações preliminares da PM levaram a descoberta de que um quarto integrante da quadrilha estava na ação, mas conseguiu fugir antes da chegada do Choque. 

Segundo informações repassadas pela polícia de Brasília (DF), o bando, chamado de Comboio do Cão, tem ligações com o Primeiro Comando da Capital (Faccção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas na fronteira do Estado com Paraguai e Bolívia), usando o dinheiro obtido nos assaltos para financiar a compra de armas para outros integrantes da facção. Em Mato Grosso do Sul, no entanto, é inédita a aparição dos bandidos, investigados em crimes do tipo nos interiores de Minas Gerais e Goiás.

A ação em Campo Grande renderia aos bandidos R$ 2,5 milhões que estavam no cofre, abastecido no sábado. Essa é uma das informações que também poderia ter sido passadas por gente de dentro. O valor seria distribuído entre os integrantes. Dois deles, por exemplo, por terem maior participação na ação, ganhariam R$ 200 mil. 

Por RAFAEL RIBEIRO - Correio do Estado