NARCOTRÁFICO: Senão tiver contra partida, MS sai do convênio, diz Azambuja

17/06/2019 00h00 - Atualizado há 5 anos
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Divulgação

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou que se não tiver contra partida da União o Estado sairá do convênio cooperação para execução dos serviços de prevenção e repressão ao tráfico, com execução ao tráfico internacional. “Eu já mandei uma carta ao ministro Sérgio Moro, porque esse convênio foi feito no governo anterior pelo então secretário Jacini e a gente não concorda com algumas cláusulas ali porque onera o Estado e não tem a contrapartida da União. E a gente quer discutir a presença das forças federais aqui na fronteira.”, argumenta. 

O convênio foi firmado no dia 28 de julho de 2014, com vigência de 60 meses. Neste sentido, o encerramento está previsto para o próximo dia 28 de julho. Se não houver acerto, todas as apreensões feitas pelas forças de segurança em Mato Grosso do Sul serão encaminhadas para as Delegacias da Polícia Federal como em Campo Grande, Dourados, Naviraí, Ponta Porã e Mundo Novo.

Vencido o convênio, essa responsabilidade passa à Polícia Federal, que é autuar todos os inquéritos sobre as pessoas que tentarem adentrar o Estado de Mato Grosso do Sul com drogas, com armas, com tudo que for tráfico, passa a ser essa responsabilidade. Dá para a gente pactuar o entendimento? Nós estamos abertos a discussão, mas não com o abandono das forças federais na fronteira do Mato Grosso do Sul, argumenta o governador. 

Lembrando que o Estado possui 1.517 quilômetros de fronteira com o Paraguai e a Bolívia- que são produtores de maconha e cocaína. As prisões por tráfico de drogas oneram o Estado e sobrecarregam o sistema penitenciário. Pelo menos 40% da população carcerária são oriundas do tráfico de drogas- cerca de 7.300 presos. 

Estes presos custam anualmente ao Estado R$ 133.000.000,00. “Então o que está em pauta é qual a contrapartida que a União dará para ajudar a vigilância na fronteira. Porque hoje, se você olhar quem tem feito realmente as grandes apreensões, a maioria da vigilância na fronteira, ou é a nossa polícia rodoviária estadual ou é o DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Pode olhar o quantitativo que foi apreendido nesse ano, as maiores apreensões, o maior quantitativo sempre é a nossa polícia. Então precisa de um olhar do Ministério da Justiça e a gente vai aguardar isso”, avalia. 

Por Eduardo Penedo

Foto: Bruno Henrique/ Correio do Estado

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