MS estuda armadilha para Aedes com substância presente no suor humano

23/02/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

Além do combate mecânico ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya, o governo do Estado, por meio da Controladoria Estadual de Vetores, estuda equipamentos que funcionam como uma armadilha para a fêmea do mosquito. Nesta segunda-feira (22), equipes discutem o local de teste de uma das máquinas, que funciona com uma substância presente no suor humano.

“Ela funciona a base de ácido láctico, expelido nas nossas glândulas sudoríparas. A fêmea é atraída pelo próprio feromônio do organismo. É uma máquina ecologicamente correta, utilizada nos Estados Unidos e com muitos casos de sucesso. No Brasil, já foi utilizada na Ilha Caras e em locais como Valinhos, Campinas, Recife, Maceió e outros estados”, afirmou ao G1 a consultora de soluções tecnológicas Gracita Santos Barbosa.

A máquina, nesta fase inicial, fica em testes na capital sul-mato-grossense por um mês. “Ela tem uma circunferência de quatro quilômetros e pode ser colocada em campos de futebol, shows, escolas e outros locais de grande aglomeração. Recentemente tivemos casos de atletas picados enquanto aguardavam no banco de espera e o público aqui na cidade. Com a máquina, isso não ocorreria”, explicou Barbosa.

Ainda conforme a consultora, a máquina funciona com baixíssimo custo. “Ela captura as fêmeas do mosquito, funcionando apenas com quatro pilhas médicas alcalinas e um botijão de gás, sem dano algum para o ser humano. O equipamento não vai solucionar se a população não colaborar, mas já é de grande valia para evitar a proliferação”, comentou.

Em quatro semanas, Barbosa diz que o equipamento promete a extinção das fêmeas. “Há 15 anos nós estudamos estas soluções e agora a intenção é baratear ao máximo o custo para Mato Grosso do Sul. Funciona realmente como uma armadilha para o mosquito, com inúmeros exemplos de sucesso”, disse.

O coordenador estadual de controle de vetores, Mauro Lúcio Rosário, explicou que qualquer município ou empresa de grande porte pode ter a máquina, após os devidos testes. “Vamos analisar nesta tarde onde ela será instalada e, a partir daí, ela será monitorada diariamente. A intenção é verificar a microárea com os três últimos resultados de infestação”, ressaltou.

O projeto-piloto será instalado, a princípio, no bairro Cabreúva, com grande incidência do mosquito. A manutenção, ainda de acordo com o coordenador, será feita por agentes de saúde. Outra máquina, com uma lâmpada de LED, também está sendo analisada para o combate ao mosquito. A flying insect têm o raio de 100 metros de diâmetro.

Incidência

Em Mato Grosso do Sul sobre para 51 o número de municípios com alta incidência de dengue, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia 17 de janeiro.

Dois Irmãos do Buriti lidera os municípios com alta incidência – mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. Campo Grande está em 13º lugar do ‘grupo vermelho’. Neste ano já foram confirmadas duas mortes por causa da doença na capital sul-mato-grossense.

Dos 79 municípios, 21 estão na ala da média incidência – de 100 a 300 casos para cada 100 mil habitantes. No ‘grupo amarelo’, aparecem Nova Andradina e Aquidauana, com um e dois casos de dengue com sinal de alarme, respectivamente. Além de Anastácio, Corumbá e Bataguassu que registraram tiveram confirmações da doença.

G1 MS