Moradora de Campo Grande é alvo da Polícia Federal em operação contra atos em Brasília
Soraia Bacciotti participou do ataque contra a Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro
Polícia Federal (PF-MS) cumpre, nesta sexta-feira (20), em Campo Grande, mandado de prisão contra Soraia Bacciotti, direitista conservadora residente em Mato Grosso do Sul.
Conforme apurado pela reportagem do Correio do Estado, ela está sendo ouvida na sede da Polícia Federal, localizada na rua Fernando Luís Fernandes, número 322, vila Sobrinho, em Campo Grande.
Ela é suspeita de participar do ataque à Praça dos Três Poderes, em Brasília, na tarde de 8 de janeiro de 2023.
Também é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar (PRTB).
Intérprete de libras, Bacciotti aparece em suas redes sociais, em 29 de outubro de 2022, ao lado de Contar, traduzindo as falas do militar do Exército para a população surda. Ambos pediam apoio à população sul-mato-grossense no segundo turno das eleições.
Em 30 de outubro, a mulher gravou um vídeo minutos após votar. Com o celular na mão, ela gravava o vídeo e dirigia ao mesmo tempo.
"Que Mato Grosso do Sul retorne a ter uma política justa, cuidando realmente da população e não do próprio bolso. Fizemos a nossa parte. Agora é com Deus, vamos ver o que ele vai decidir para o nosso futuro. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", disse.
Além de Mato Grosso do Sul, a PF cumpre mandados de prisão em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás (incluindo Distrito Federal).
Conforme apurado pela reportagem do Correio do Estado, Bacciotti frequentava o acampamento em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), QG de Capitão Contar e passeatas/motociata em favor dos militares.
Em 7 de novembro de 2022, Soraia aparece em um vídeo, divulgado nas redes sociais, hostilizando jornalistas em frente ao CMO, que faziam cobertura do acampamento.
Invasão em Brasília
Golpistas, vestidos de verde e amarelo, invadiram a Praça dos Três Poderes (Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional) a pauladas, pedradas e chutes, na tarde deste domingo (8). Vidros foram quebrados, janelas/portas arrombadas, paredes foram pichadas e cadeiras, mesas e outros objetos jogados ao chão.
Moradores de Mato Grosso do Sul estão entre os terroristas, como mostra vídeo feito dentro do local. Um rapaz, vestido com camiseta 'Patriota do MS', foi flagrado no segundo andar do Palácio, tentando abrir uma das portas.
A camiseta é similar a que estavam vendendo em frente ao acampamento bolsonarista do Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande.
Inclusive, na avenida Duque de Caxias, havia uma tenda com o mesmo nome 'Patriota do MS', que foi desmontada na semana passada.
Foram destruídos obras de arte, televisões, computadores, impressorasm quadros, móveis da sala da primeira-dama Janja Silva, vidraças, mesas, armários, galeria de fotos dos presidentes da República, vitrais, cadeiras e brasão da República.
Os terroristas entraram em confronto com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que revidou com bombas de efeito moral. O cavalo, pertencente a instituição, também foi atacado e saiu ferido.
O grupo de criminosos planeja a ida à Brasília há dias. Cerca de quatro mil manifestantes de todas as regiões do Brasil, alocados em 100 ônibus, desembarcaram na Capital Federal entre sábado (7) e domingo (8).
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ao menos 400 vândalos já foram presos.
NAIARA CAMARGO
CORREIO DO ESTADO