Ministro da Defesa vai voltar a cada 3 meses a MS para avaliar fronteiras

09/12/2016 00h00 - Atualizado há 5 anos

Vir a cada 3 meses a Mato Grosso do Sul para analisar a questão da segurança das fronteiras e discutir com o governo do estado ações para aprimorar o trabalho que vem sendo feito nesta área. Esse foi o compromisso assumido na manhã desta quinta-feira  (8), pelo ministro de Defesa, Raul Jungmann, durante evento promovido na Assembleia Legislativa.

O ministro disse que simplesmente colocar as forças armadas nas ruas, ou no caso de Mato Grosso do Sul nas fronteiras, não resolve o problema da segurança pública nestas áreas, e que é preciso sim ações conjuntas, integradas e com o auxílio de serviços inteligência.

Citou como exemplo a ocupação pelos militares da favela da Maré no Rio de Janeiro, por um ano e meio, que teve o custo de R$ 400 milhões, e que não resultou em melhora efetiva das condições de vida da população, porque junto com a permanência das tropas não houve neste período a contrapartida com investimentos em saúde, educação e infraestrutura, que mudariam a realidade local. Reiterou ainda que a questão das fronteiras é uma preocupação não somente do estado, mas de todo o país.

Jungmann adiantou também que uma das principais ações das forças armadas na região de fronteira, a operação Ágata, se tornou previsível nas últimas edições, inclusive, com queda no número de apreensões, devido, entre outros fatores ao seu tempo de duração, de 15 a 20 dias, a grande publicidade que a ação ganhou e a quantidade de instituições e órgãos que mobiliza.

“Hoje fazer uma grande operação, sem utilizar os serviços de inteligência é dar férias para  os bandidos. Eles paralisam suas atividades durante a ação, se retraem e depois voltam quando a ação termina. Seguindo o novo Programa de Proteção Integrada das Fronteiras, assinado pelo presidente Temer em novembro deste ano, a operação em 2017 será contínua, com ações menores, que duram de um a dois dias, e ao longo de todo o ano, em locais em que o trabalho de inteligência apontar que podem ser obtidos os melhores resultados”.

Ele também anunciou que para 2017, o governo federal deve ampliar em cerca de 70% o orçamento previsto para o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que está com uma unidade implantada em Dourados, no sul do estado, destinado R$ 340 milhões. “Este projeto tem seu piloto instalado em Mato Grosso do Sul, portanto, dentro das fronteiras a prioridade está aqui, no oeste do país”, ressaltou.

Durante o evento o governador Reinaldo Azambuja  (PSDB) anunciou que ainda na tarde desta quinta-feira vai se reunir com o setor de inteligência do Ministério da Justiça para discutir a criação do primeiro Núcleo de Inteligência de Fronteira do país, que reunirá órgãos estaduais  e federais que atuam na área. “Começa por aí [melhoria da segurança na região], primeiro a inteligência, depois aumento de efetivo e uma estrutura melhor para as nossas policias”, comentou o governador.

No evento, o ministro da Defesa recebeu ainda dos deputados estaduais a Carta de Campo Grande,  documento que resultou da audiência pública que discutiu a segurança nas fronteiras e apresenta um diagnóstico dos problemas e sugestões para melhorar o combate a criminalidade nesta área do estado.

G1 MS