Marcado júri popular de pai que matou bebê afogado em bacia
Julgamento foi adiado por mais de um ano
Está agendado para o dia 25 de agosto, às 8 horas, o julgamento de Evaldo Christyan Dias Zenteno, de 23 anos, acusado da morte do próprio filho, o bebê Miguel Henrique dos Reis Zenteno. O crime aconteceu em 18 de setembro de 2019, quando o jovem afogou a criança em uma bacia, nos fundos de casa.
A data foi divulgada nesta terça-feira (13), em mandado de intimação da 2ª Vara do Tribunal do Júri. O réu seria julgado em junho de 2020, mas a defesa tentou recurso. Acórdão de março deste ano foi contra pedido da defesa, de impronúncia e pedido de absolvição sumária.
Relembre o caso
Em depoimento, Evaldo disse que viu quando o filho estava se afogando na bacia. Ele contou que no dia do crime teria colocado o bebê para tomar banho na bacia, e que ele estava ainda um pouco sonolento, mas mesmo assim deixou o filho na bacia, e foi para a sala mexer no celular.
Minutos depois, disse ouvir barulhos vindo de onde estava a criança, foi quando foi até o banheiro e viu o filho se afogando, mas invés de retirar a criança da bacia voltou para a sala e foi conversar no WhatsApp. Em depoimento, a mãe de Miguel disse que Evaldo não aceitava o fim do relacionamento e a todo o momento tentava reatar com ela, que era obsessivo e a perseguia.
Dias antes da morte de Miguel, a criança havia sido levada até um hospital depois de ter ‘caído’ da cama. Evaldo chegou a dizer que a versão dada por ele sobre a queda foi inventada, já que na realidade, na casa estavam com ele outra mulher com seu filho, e as crianças brincando quando Miguel caiu da cama.
No dia que o filho foi levado inconsciente para o hospital depois da queda da cama, Evaldo havia pedido para a criança dormir com ele em sua casa, e ela nunca desconfiou que o ex-marido pudesse fazer algo contra o seu filho.
O caso
Um dia antes ao crime, que aconteceu no dia 18 de setembro, Evaldo pediu o carro emprestado a um amigo, um estudante de 25 anos, que conhecia há cerca de seis meses. Como já tinha emprestado algumas vezes, o rapaz não negou e emprestou o veículo. Evaldo devolveu o carro às 19h30, sendo que pediu ao amigo para deixá-lo no Lago do Amor.
Já na manhã do dia 19 de setembro, Evaldo ligou cedo, por volta das 6h50, e pediu o veículo novamente, dizendo que iria visitar um avô que estava internado. Novamente o amigo emprestou.
No horário do almoço, Evaldo e Miguel foram até o local de trabalho do estudante, na região central da Capital, onde almoçaram. O amigo informou, conforme boletim de ocorrência, que não notou comportamento estranho de Evaldo com o filho.
Ao terminar o almoço, ele saiu por volta das 14h, sendo que o amigo combinou que ligaria no horário que fosse sair do trabalho, por volta das 19h. O estudante contou que recebeu uma ligação às 17h40, onde o rapaz dizia que foi assaltado, que os bandidos teriam jogado a criança no rio e após socorrer o filho, levou ao hospital. Quando chegou na Santa Casa, o amigo encontrou Evaldo na presença dos policiais.
Renata Portela
MIDIAMAX