MAIS 7 ANOS: Condenado por matar motorista de aplicativo tenta anular júri e acaba com pena aumentada

20/07/2021 13h51 - Atualizado há 3 anos

Ele teve aumento de 7 anos na pena

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Igor durante o julgamento, em novembro de 2020 - (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Igor César de Lima Oliveira, condenado em novembro de 2020 a 18 anos de prisão pelo homicídio de Rafael Baron, motorista de aplicativo, teve a pena aumentada em 7 anos. Ele tentava anulação do julgamento, em júri popular, e acabou condenado a 25 anos e 3 meses de prisão.

A decisão é da turma da 3ª Câmara Criminal, em acórdão sobre o pedido feito pela defesa, de anulação do julgamento. Na decisão, foi pontuado que isso deve ocorrer somente em casos excepcionais, demonstrada ocorrência de arbitrariedade ou se a decisão for proferida de forma manifestamente contrária ao conjunto probatório produzido nos autos.

A acusação, no entanto, tentava aumentar a pena de Igor, recurso a que foi dado provimento. Em decisão final, foi estipulada pena de 25 anos e três meses de reclusão, em regime inicial fechado, além do pagamento de 206 dias-multa.

Julgamento

Durante depoimento no plenário, Igor afirmou ter ficado ofendido com a “intimidade” que Rafael teria tratado a esposa dele, e que teria ido até em casa para pegar o revólver e tirar satisfação. “Até achei que se conheciam”, disse Igor. Ele ainda afirmou não ter tido a intenção de matar Rafael, mas que fez os disparos por que ele teria tentado atropelá-lo, o que foi questionado pelo juiz já que o réu estava ao lado do veículo.

A arma usada no assassinato teria sido adquirida por Igor de uma gangue, e ele usava para se defender, segundo o réu. Antes do começo do julgamento, a viúva de Rafael disse ao Jornal Midiamax que disse que esperava por Justiça “Não vai trazer ele (Rafael) de volta, mas sem a punição ninguém aprende”, disse Karinne Pereira Baron, que ainda contou sobre o filho de 3 anos do casal, que constantemente perguntava pelo pai. “Toda vez que ele vê o violão do pai pergunta onde está Rafael”, falou.

A mãe de Igor também conversou com o Midiamax e disse a Justiça precisa ser feita por que o que o filho fez não está certo. “Ele não só acabou com a vida do Rafael, mas também com a vida dele e de toda a família”, disse a mulher que ainda afirmou saber que a dor da família do motorista é grande, mas para ela também não está sendo fácil e termina dizendo, “Que Deus perdoe ele (Igor) e sinto muito pela família (Rafael)”.

O crime

No dia do assassinato, 13 de maio de 2019, Rafael foi morto a tiros depois de puxar conversa com a esposa de Igor durante uma corrida, no Campo Nobre. Igor alegou que o motorista teria começado uma conversa com a esposa dele. Ao deixar o casal no residencial em que moravam, Igor desceu do veículo e disse, conforme o registro da polícia, que viu Rafael e a esposa supostamente dele se beijarem, o que não teria ocorrido de acordo com uma testemunha.

Neste momento ele teria entrado no apartamento pela janela, pegado a arma de fogo e atirado contra a vítima. Igor chega a dizer ainda que sabia que a arma estava municiada com dois projéteis, que usaria um para atirar contra Rafael e outro contra a esposa.

Após quase quatro meses foragido, Igor foi detido em uma casa no Jardim Carioca, onde se escondia. Um denunciante anônimo acionou a polícia e ele foi detido por equipe do Batalhão de Choque, sendo encaminhado para a delegacia e posteriormente para o presídio.

Renata Portela

MIDIAMAX