Investigações de pistolagem feitas por força-tarefa não avançam

30/04/2019 00h00 - Atualizado há 5 anos
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Divulgação

Passados mais de cinco meses desde a sua criação, a força-tarefa policial instituída para investigar os crimes de pistolagem em Campo Grande ainda não conseguiu apresentar nenhuma conclusão e os casos que lhe deram origem continuam sem solução. Apesar dessa falta de resultado, nesta segunda-feira, a Delegacia-Geral de Polícia Civil (DGPC) avocou para o grupo o inquérito que apura a execução de Matheus Coutinho Xavier, 20 anos.

Filho de um capitão da reserva da Polícia Militar que foi acusado de envolvimento com a Máfia do Cigarro, Matheus foi assassinado no dia 9 de abril, no Jardim Bela Vista, na Capital. Ele foi morto a tiros de fuzil no momento em que saía de casa em uma caminhonete S10, no início da noite. 

Segundo a polícia, o rapaz deixava a garagem da residência no veículo do pai, quando dois homens apareceram em um carro e já desceram atirando. A vítima foi atingida ao menos sete vezes por disparos de fuzil calibre 762. As suspeitas são de que os pistoleiros confundiram Matheus com o pai.

O delegado-geral, Marcelo Vargas Lopes, garantiu que as investigações em torno dos episódios tidos como de pistolagem encontram-se em andamento. Mas, ao falar sobre a falta de resultados conclusivos, disse que “as  investigações de casos dessa natureza são complexas, são muitos demoradas mesmo”. Segundo ele, as diligências prosseguem e a transferência dos inquéritos é apenas para atendimento de questões administrativas, em decorrência da movimentação de delegados. “As investigações continuam com a força-tarefa”, afirmou. 

 

CRIAÇÃO

Em novembro do ano passado, o delegado-geral baixou portaria criando a força-tarefa para desenvolver todos os atos investigatórios visando à completa elucidação de crimes que guardavam semelhança (pistolagem) entre si, pelo modus operandi, tipo de armamento utilizado, entre outros itens. Na época, o delegado avocou os inquéritos sobre as mortes de Ilson Martins Figueiredo, Marcel Costa Hernandes Colombo e Orlando Silva Fernandes. Os inquéritos encontravam-se em tramitação na Delegacia Especializada de Homicídios. A força-tarefa seria coordenada por integrante designado por portaria e a equipe ficaria administrativamente subordinada ao gabinete do delegado-geral-adjunto.

NOVAMENTE

Ontem, porém, nova portaria da DGPC voltou a avocar dois daqueles inquéritos e mais o de Matheus Coutinho Xavier, mas determinando o seu encaminhamento para a Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos e Resgate, Assaltos e Sequestros (Garras). A alegação do delegado-geral é de que o Garras  tem estrutura adequada para tornar as investigações mais céleres e efetivas.

A força-tarefa é responsável pela investigação em torno do assassinato de Orlando Silva Fernandes, ex-segurança do traficante paraguaio Jorge Rafaat e que foi morto com mais de 40 tiros de fuzil ao sair de uma barbearia no Jardim Autonomista, na Capital. 

O grupo também investiga o caso da morte do chefe de segurança da Assembleia Legislativa e PM da reserva Ilson Martins Figueredo. O crime tem maior relação com a execução de Fernandes, até por conta da semelhança na atuação. No dia do crime, o coronel, que trabalhava como chefe de segurança da Assembleia Legislativa, foi assassinado também a tiros de fuzil e munição de alto impacto, dentro de seu Kia Sportage branco, na Avenida Guaicurus, na Capital.

INQUÉRITO PARA A CORREGEDORIA

Ontem, a DGPC também avocou o inquérito instaurado, em fevereiro, na Delegacia Especializada de Homicídios (DEH), para apurar o assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, ocorrido em Corumbá. O delegado da Polícia Civil Fernando Araújo Cruz Júnior e o investigador  Emmanuel Nicolas Contis Leite são  suspeitos do crime. O inquérito será enviado para a Corregedoria de Polícia, na qual as investigações prosseguirão.

Por THIAGO GOMES

Foto: WhatsApp / Correio do Estado

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