Internações por Covid-19 desaceleram em Mato Grosso do Sul nos hospitais públicos e privados

09/09/2020 10h57 - Atualizado há 4 anos

MS já contabilizou quase 600 casos confirmados da doença em leitos; no último boletim epidemiológico foram 526 internações

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Divulgação

Daiany Albuquerque

Mato Grosso do Sul iniciou uma desaceleração das internações por Covid-19 tanto na rede pública quanto na privada.

Depois de quase chegar a 600 casos confirmados internados em todo o Estado, dados do novo boletim epidemiológico registraram 521 sul-mato-grossenses ocupando leitos, além de 5 pessoas de outros estados.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, os números ainda não podem ser classificados como uma redução, mas sim uma desaceleração do que vinha ocorrendo nos últimos dias.

“Chegamos ao plato de casos, de óbitos e também de internações. Sinaliza a desaceleração, e nós também já deixamos de construir novos leitos há 15 dias, estamos apenas mantendo o número que chegamos e substituindo os que foram locados para diminuir os custos”, declarou Resende.

O pico de internações em Mato Grosso do Sul, de acordo com os dados do boletim, foi no dia 3 de setembro, quando 679 pessoas positivadas para a doença estavam internadas, das quais 10 eram de outros estados.

Os números mostram que as internações evoluíram acompanhando o número de casos.

Em julho, quando a pandemia tomou forma, principalmente em Campo Grande, as internações saltaram de 199 para 490 no fim do mês.

“Deixamos de abrir novos leitos porque já não tinha necessidade e também por que esbarramos em um obstáculo difícil de ser transposto, que é a falta de recursos humanos. Todos os profissionais capacitados para atuarem em unidades de terapia intensiva [UTIs] estão empregados e atuando no máximo, não temos mais”, explicou o secretário.

Como houve a estabilização da doença, apesar de serem números ainda altos, não há a necessidade de abertura de novas vagas.

Por isso, a secretaria iniciou a troca de equipamentos que eram alugados.

“Estamos substituindo com equipamentos que compramos e que recebemos do Ministério da Saúde. Já fizemos a troca no Hospital Regional e devemos fazer também em algumas cidades do interior, além do Hospital Universitário, que tinha alguns equipamentos que os municípios cederam e deveremos devolver e substituir”, disse Resende.

CASSEMS

No fim de semana, o presidente da Cassems, Ricardo Ayache, divulgou em suas redes sociais que o hospital conseguiu fechar uma das alas destinada ao tratamento da Covid-19, espaço esse que precisou ser aberto por causa do aumento de casos da doença.

“A UTI 3 e sexto andar do Hospital Cassems de Campo Grande fechados! Com a diminuição da entrada de casos críticos da Covid na nossa unidade, foi possível fechar essas estruturas extras de atendimento voltadas aos pacientes internados pelo coronavírus”, contou.

Logo depois, Ayache destacou que, apesar de a notícia ser boa, as medidas de distanciamento social devem continuar para evitar um aumento de casos da doença.

“Ainda que estejamos vencendo esse enorme desafio, é hora de redobrar os cuidados individuais e a atenção às medidas preventivas para que possamos seguir reduzindo os casos e, mais que isso, possamos evitar o novo aumento de registros”.

Na rede pública de saúde, porém, Resende afirmou que não há previsão para reduções da estrutura montada para atender os pacientes.

Casos

A última atualização do governo do Estado trouxe 238 casos novos, totalizando 54.363 episódios da doença em Mato Grosso do Sul.

Desse valor, 987 pessoas morreram, 45.215 já estão recuperadas da doença e 7.630 seguem em isolamento domiciliar.

Dos 526 internados, 273 estão em leitos clínicos (173 da rede pública e 100 da rede particular) e 253 em vagas de UTIs (188 públicas e 65 privadas).

Esses números não contabilizam os casos suspeitos da doença que ocupam leitos.

Em relação à média móvel de casos – dado que utiliza os números contabilizados nas últimas 24 horas somados aos dos 6 dias anteriores e dividido por 7 –, o Estado está com 649 episódios diários e uma média de mortes de 14.

Esses valores têm se mantido já há algum tempo e por isso se fala em estabilização no Estado.

Para o secretário, o patamar ainda é alto e o objetivo é reduzir a curva de contágio.

“Enquanto mantivermos uma positividade em torno de 35%, é bastante alta e significa que o vírus está circulando com intensidade. Hoje temos uma curva de contaminação maior que 1,17 e nós queremos que esse indicador decresça, ele precisa ser menor que 1 para reduzir os casos”, avaliou o secretário.

CORREIO DO ESTADO