Idoso que matou vizinho após beber ‘meio litro de cachaça’ mantém versão e diz não lembrar do crime

25/06/2024 11h48 - Atualizado há 5 mêses

Em depoimento, réu negou ter a intenção de matar o amigo e disse não se lembrar dos fatos

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Cabisbaixo, réu escuta tese da Promotoria de Justiça - (Foto: Nathalia Alcântara)

Réu pela morte do vizinho Luiz Gonçalves de Lima, 71 anos, no Jardim Montevidéu, em Campo Grande, Riedel Ferreira da Silva, de 66 anos, manteve a versão de que não se lembra dos fatos. O autor passa por júri popular nesta terça-feira (25) e tornou a dizer que havia ingerido ‘meio litro de cachaça’.

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), no dia do crime, 30 de junho de 2023, Riedel foi até a casa de Luiz no final da tarde para beberem juntos. No local dos fatos, houve um desentendimento entre os amigos, que já estava embriagados, e Riedel matou Luiz.

O promotor de justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia explicou que o Riedel disse, tanto à Policia quanto em juízo, que não se lembrava do ocorrido porque havia bebido demais. Também negou ter a intenção de matar o amigo. “O Ministério Público pede a desqualificação do homicídio. Estou convencido de que Seu Riedel Ferreira da Silva não teve dolo, não teve vontade. Porque, se tivesse dolo, não teria procurado a polícia”, declarou.

O laudo necroscópico indicou que Luiz morreu por asfixia mecânica, ao qual o promotor também rebateu. “Por regra, um estrangulamento, mas foi provocada em virtude da briga, pela idade, foi a hemorragia que provocou a asfixia”.

Riedel responde por homicídio simples e está em liberdade desde 10 de agosto. Acredito que a Justiça vai dar uma resposta a Seu Luiz, que está morto, e a Seu Riedel, que está aqui”, declarou o promotor.

Acordou com escoriações

Foi o próprio Riedel quem procurou a Polícia. O autor compareceu na Depac Centro e contou que ‘achava’ que havia matado o amigo. Como a Depac Centro não registra mais flagrante, o idoso foi encaminhado para a Depac Cepol. Após a confissão, a polícia foi ao local e constatou os fatos, acionando a Perícia.

À polícia, o autor contou que estava ingerindo bebida alcoólica com a vítima desde as 10h de sexta-feira e que no fim da tarde já estava completamente bêbado. Não se lembra como, nem o motivo do crime, apenas se lembra que bebeu meio litro de cachaça.

Na residência, a vítima estava caída em cima da cama com grande hematoma no olho esquerdo, marcas de sangue no rosto e escoriações no braço direito.

O amigo disse ainda que como estava bêbado acabou dormindo e ao acordar viu que estava com lesões e ao verificar a vítima a encontrou gelada e percebeu que estava morta.

Victória Bissaco

MIDIAMAX