Gráfica Alvorada era centro de propina e lavagem de dinheiro na gestão André

16/05/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

A Gráfica e Editora Alvorada era centro de propina e lavagem de dinheiro durante a gestão do então governador André Puccinelli (PMDB), investigado como possível beneficiário do esquema. A série de irregularidades volta à tona durante a segunda fase da Lama Asfáltica. Relatório da Controladoria-Geral da União detalha os prejuízos causados à administração pública e aponta indícios de fraude em contratos para compras de livros paradidáticos. Agora, a “fonte secou”, a empresa vendeu equipamentos e demitiu grande parte dos funcionários.

Em apenas quatro anos, a Alvorada, do empresário Mirched Jafar Júnior, recebeu R$ 29 milhões em contratos - valores que subiram gradativamente a cada ano. Em 2010, por exemplo, não tinha contratos com o Governo do Estado, mas em 2014 já tinha assumido 90,85% do fornecimento de material gráfico à administração estadual. No fim da gestão de Puccinelli, a empresa recebeu “bolada” de R$ 16 milhões em dois contratos, um deles autorizado no último dia (31 de dezembro de 2014) de mandato do ex-governador.

Além do acréscimo nos contratos, interceptações telefônicas corroboram para os indícios de irregularidades. Inquérito do Ministério Público ainda da primeira etapa da Lama Asfáltica já revelava diálogo entre Puccinelli e o então secretário estadual adjunto de Fazenda, André Cance, sobre suposta arrecadação de propina, utilizando os contratos da Alvorada.

Reportagem de Milena Crestani está na edição de hoje do Correio do Estado.