Golpistas exigem R$ 20 mil para não acusar homens de pedofilia em Campo Grande

27/03/2018 00h00 - Atualizado há 5 anos
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Divulgação

Caso não pagassem, montagens comprometedoras eram compartilhadas

A Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) investiga novo golpe aplicado contra homens em Campo Grande. Se passando por mulheres atraentes, os criminosos usam redes sociais para trocar fotos íntimas com as vítimas e usam as imagens em montagens com caráter de pedofilia. Em seguida, cobram R$ 20 mil para não divulgar o conteúdo em redes sociais como Facebook e Youtube.

Segundo o delegado Reginaldo Salomão, desde fevereiro a Derf já registrou quatro destes casos de extorsão na Capital. Os alvos são homens ligados a atividades esportivas, especialmente artes marciais. O objetivo aqui é alertar as pessoas para que tomem cuidado ao se relacionar na internet e não caíam em golpes assim. Até o trabalho de investigação é mais complicado, porque qualquer medida necessita de autorização judicial, disse.

O delegado explica que o modo de agir é sempre o mesmo. Por meio de um perfil falso no Facebook, os autores se passam por mulher e se aproximam das vítimas. Fazem amizades e começam a conversar normalmente. Com o passar do tempo, o papo esquenta e a suposta mulher começa a combinar encontros. Ao perceber que a vítima está envolvida, propõe troca de fotos íntimas: envia uma falsa e recebe outra verdadeira.

Uma vez com a foto comprometedora e com informações pessoais o suficiente, os golpistas usam aplicativos de computador para fazer montagem em que a vítima aparece sendo acusada de pedofilia. Para que o material não seja compartilhado na rede, os criminosos cobram em média R$ 20 mil e dão pouco prazo para o pagamento. Os conteúdos foram publicados no Youtube e Facebook, e as vítimas tiveram que acionar as empresas para retirá-las, mas hoje é praticamente impossível impedir a visualização, pontuou.

Por RENAN NUCCI - Correio do Estado

Foto: Valdenir Rezende/Arquivo CE