Golpistas abriram loja com dinheiro roubado de vítimas da Capital
Organização criminosa de São Paulo, com atuação no Mato Grosso do Sul, abriu uma loja física e virtual, na Capital Paulista, com o dinheiro obtido em golpes realizados em Campo Grande. A Polícia Civil de MS prendeu nove envolvidos no crime de estelionato durante o mês de maio.
A loja vendia roupas e acessórios e era mantida com o dinheiro de golpes que eram aplicados nos cidadãos, principalmente idosos, da capital Sul-mato-grossense. A Polícia Civil suspeita que a organização subtraiu cerca de R$ 300 mil com o golpe, desde outubro do ano passado.
Conforme informações da delegada Priscila Anuda, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande (1ªDP), a organização ligava para as vítimas e as enganavam dizendo que os cartões bancários delas haviam sido clonados. Eles então aconselhavam para que as pessoas ligassem para o banco.
“Elas no nervosismo ligavam imediatamente, mas os estelionatários continuavam na linha e se passavam por alguém do banco. Eles usavam um programa no computador; uma central de atendimento, e pediam as informações do cartão, como senhas e números. Automaticamente o programa salvava as informações, que eram utilizadas posteriormente”, explicou a delegada, durante coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (29).
Os golpistas diziam para os alvos cortarem o cartão, mantendo o chip e o código do objeto intactos, que um funcionário do banco iria até a casa para buscar o cartão.
Então uma pessoa ia até a casa da vítima para pegar o cartão que supostamente foi clonado. O alvo achava que estava entregando o objeto para um funcionário de banco, mas na verdade estava cara a cara com o bandido.
“Eles iam bem vestidos, às vezes chegavam com motoristas de aplicativo, carro próprio, moto. Depois levavam os cartões para um outro setor, que era responsável pelas máquinas de cartão”, explicou Priscila.
Os chefes da quadrilha, em São Paulo (SP), ordenavam via telefone os valores e se deveria ser feita a transição no débito ou no crédito.
De acordo com o delegado Cláudio Zotto, também da 1ª DP, no começo deste mês, o primeiro suspeito foi preso. Dos 12 mandados de prisão preventiva expedidos, nove foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande e um em São Paulo.
Do total de envolvidos, seis faziam o serviço de busca dos cartões, um passava os cartões das máquinas e outro que foi preso em São Paulo é considerado um dos chefes. Quando foi preso, o suspeito estava trazendo as máquinas usadas do estado vizinho (SP). Os que iam até as residências das vítimas recebiam de R$ 50 até R$ 400 por “viagem”.
A equipe de Campo Grande contou com o apoio do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil do de São Paulo na operação. A delegada ainda enfatiza que as investigações continuam. Segundo ela, a 1ª DP tem 40 boletins de ocorrência de estelionato, que podem estar relacionados com a quadrilha.
Por FÁBIO ORUÊ
Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado
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