Fim de ano se transforma em momento de ação solidária
O fim de ano é um período de várias modificações. Em alguns casos, a rotina de alguns se difere totalmente dos outros períodos do ano. Para certas pessoas é época de reforçar o orçamento por meio atividades profissionais distantes das habituais; por outro lado, também aparecem exemplos de solidariedade e de amor ao próximo. Há casos, no entanto, que aparecem a união das duas situações.
Esse é o caso do comerciante Roberto Ribeiro de Oliveira, 62 anos, que há nove anos, nos primeiros dias de dezembro, tira a fantasia de Papai Noel do armário e interpreta um dos personagens símbolos do período.
“Nunca imaginei que eu seria o bom velhinho. O prazer de estar junto com a criançada é muito gostoso, é uma coisa fora do sério”, diz.
Ele conta que tudo começou em 2006, quando viu a pessoa fantasiada de Papai Noel e pensou :“ sou mais Noel que ele, pois tenho barba e cabelo verdadeiro”. Na sequência, o convidaram para trabalhar como Papai Noel. De início, pensou em várias questões, mas acabou aceitando o desafio.
O comerciante diz que ações desse tipo trazem recompensas, muito além da questão financeira. “ Várias crianças já chegaram em mim e não pediram brinquedos, mas sim, amor, paz, e até mesmo que eu trouxesse o pai de volta. São momentos como esse que me faz refletir. Quando me fazem um pedido desse tipo, eu aconselho para que façam uma oração a Deus, que ele irá atender”, afirmou.
AMOR
Assim como o Papai Noel, que transmite alegria as crianças e até aos adultos, outras pessoas também buscam transmitir o mesmo sentimento de uma maneira totalmente diferente, que, além do brinquedo, doam amor e carinho às crianças. Esse é o caso de duas amigas – Vania Rufino e Zenilda Freitas.
A primeira conta que sempre teve vontade de fazer ações solidárias, e comentando com sua amiga descobriu nela o mesmo desejo. Os brinquedos já estão comprados e o local da entrega será na região da Mata do Jacinto. “ Sempre gostei de dar presente às pessoas, até mesmo sem uma data comemorativa. Isso espalha carinho”,diz.
Ainda de acordo com Vania, esse será o primeiro de muitos outros natais solidários.
“O próximo ano será uma coisa mais elaborada e sem pressa. Espero que as crianças fiquem felizes, é sempre bom fazer o bem, mesmo com a correria, dedicamos um tempo a quem realmente precisa”, relata.
Zenilda complementa dizendo que isso será uma mistura de amor e generosidade. “ Nós ,da classe baixa, também podemos tomar iniciativas de ajudar o próximo, não podemos esperar que só as pessoas ricas façam isso. Fazer uma criança feliz, soma amor e solidariedade em nós”, complementa.
Ao contrário de Vania e Zenilda, o cantor Vinicius Barreto, 24 anos, tenta propor um natal feliz às pessoas em situação de rua. Ele conta que em 2011 estava voltando de um natal em família e viu um homem catando papelão na rua, na chuva. “ Quando vi, não pensei duas vezes, parei o carro e dei um dinheiro que eu tinha ganho para esse rapaz, ele chorou”, lembra.
Ainda de acordo com Vinicius, a sensação de ver a pessoa contente com essa ação, fez com que continuasse praticando todos os natais, pois é quando ganha um pouco mais. “ Ninguém tem ideia do que é passar necessidade. Acho que é uma forma de confortar o próximo, não só pelo dinheiro, mas também pelo gesto. Boas ações faz com que possamos aprender muito e dar valor ao que temos”, destaca.
RECHEIO
A confeiteira Daniella Rodrigues trabalha dobrado no fim de ano para conseguir atender a todos os clientes. “ Apesar de trabalhar muito, é uma satisfação saber que o meu produto está sendo bem aceito. Se está aumentando a demanda, é sinal que eles gostaram”.
Ela conta que final de ano busca sempre melhorar o recheio e a decoração dos bolos. “ A ocasião pede um bolo mais trabalhado. Me dedicar ao Natal algumas horas a mais, além de dobrar a renda, me proporciona uma sensação diferente, é uma sensação de dever cumprido por estar contribuindo com a ceia de Natal dos meus clientes”, finaliza.
Correio do Estado