Estado fecha 2020 com 4,8 milhões de toneladas de soja exportada - João Carlos Castro (Sistema Famasul)
Especialista defende que adotar medidas sustentáveis é o principal caminho para continuar em alta
Rafaela Moreira
Em meio a tempos de crise devido à pandemia do novo coronavírus, com alterações em diversos setores e isolamento social, o agronegócio se torna ainda mais essencial para garantir o abastecimento de alimentos em todo o mundo, registrando recordes em 2020.
Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mauricio Saito, explicou que fomentar boas práticas na agricultura e pecuária do Estado, é o principal caminho para continuar em alta no mercado, com o mínimo de impacto ambiental.
Conforme Mauricio Saito, o conceito gira em torno de conservar ou restaurar a saúde dos solos, reduzir gastos e implantar ações biodegradáveis que geram recompensas financeiras.
“Ser sustentável significa desenvolver ações para assegurar que tenhamos recursos naturais suficientes para as necessidades básicas e bem-estar social das atuais e futuras gerações. Em Mato Grosso do Sul, a sustentabilidade no agro já é uma realidade, com ações que vêm sendo reforçadas ano a ano”, destacou Saito.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população mundial atingirá, em 2050, 9,7 bilhões de pessoas, e com isso a agricultura tem a missão de alimentar esse número crescente de habitantes com mínimo de degradação.
O presidente do Sistema Famasul reforçou a importância do modelo ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta), adotado por produtores sul-mato-grossenses.
“Estamos entre os quatro maiores estados produtores de alimentos do Brasil, com mais de 40% do nosso território sob vegetação nativa. Somos referência em ILPF, do total de 11,5 milhões de hectares com sistemas integrados em todo o país, 2 milhões estão localizados em Mato Grosso do Sul”, afirmou.
DESTAQUE
Em um ano marcado pela pandemia da Covid-19, a agropecuária sul-mato-grossense se mantém em alta e registra recordes. De acordo com dados da Famasul, o Estado encerrou 2020 com 4,8 milhões de toneladas de soja em grãos exportadas, um aumento de 46% no volume em relação ao ano anterior.
Conforme o levantamento, o farelo da soja apresentou recorde de exportação. Foram 948 mil toneladas, alta de 119,11% na comparação com 2019. O faturamento também apresentou índice positivo, com acréscimo de 40%, fechando em 1,6 bilhão de dólares.
O principal mercado de Mato Grosso do Sul é a China, que corresponde a 81,9% (1,3 bilhão de dólares), com 3,9 milhões de toneladas.
O presidente da Famasul reitera que as perspectivas do Estado para 2021, são de continuar em destaque, Mato Grosso do Sul exporta para mais de 40 países.
“A pandemia veio reforçar ações e processos sustentáveis da agropecuária em MS. Exportamos para os países mais exigentes em termos de qualidade e segurança alimentar. No estado, a expectativa é continuar firme em 2021. O pioneirismo e empreendedorismo do produtor rural sul-mato-grossense, aliado ao bom ambiente de negócios, continuará gerando bons frutos ao Brasil”, finalizou Mauricio Saito.
CORREIO DO ESTADO