ESTADO DE EMERGÊNCIA: Após primeiro caso de coronavírus, procura por máscara e álcool é pequena

27/02/2020 09h11 - Atualizado há 4 anos

São Paulo monitora paciente, enquanto Mato Grosso do Sul atende primeira suspeita

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Valdenir Rezende/Correio do Estado

A confirmação do primeiro caso do novo coronavírus ainda não provocou uma corrida frenética às farmácias e drogarias de Campo Grande. A procura por itens como máscara descartável e álcool em gel teve um aumento pequeno.

A reportagem do Correio do Estado visitou três estabelecimentos e apenas em um houve maior busca pelos itens. A farmacêutica Fabiana Viana, da Drogasil, precisou repor o estoque ao longo desta quarta-feira (26). “Tivemos que comprar mais. É para 15 dias, mas vamos ver o movimento”, destacou.

Situação bem diferente na Farmácia Popular Mais Saúde. A proprietária, Márcia Nabarrete, disse que não teve aumento na procura. “O movimento está normal. Por enquanto, está tranquilo”, frisou.

Na rede Pague Menos, a busca pelos dois itens também segue normal. “Não houve nada de novo. Agora que passou o Carnaval, pode ser que aumente”, disse o farmacêutico Tiago Souza.

BOLETIM

Ontem, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de um brasileiro infectado pelo novo coronavírus (Covid-19). Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ao retornar da viagem, na última sexta-feira (21), o paciente apresentou os sinais e sintomas compatíveis com a doença (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza).

Atendido no Hospital Israelita Albert Einstein na segunda-feira (24), o homem foi submetido a exames clínicos que apontaram a suspeita de infecção pelo vírus. Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova. “Agora é que vamos ver como este vírus vai se comportar em um país tropical, durante o verão”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

No momento, há vinte casos suspeitos da doença no país. Os casos suspeitos estão assim espalhados: Paraíba (1), Pernambuco (1), Espiríto Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2) e Santa Catarina (2) e São Paulo (11). Cinquenta e nove casos suspeitos foram descartados.

MATO GROSSO DO SUL

Também na quarta-feira, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul notificou o primeiro caso suspeito. É um homem com 24 anos de idade, com histórico de viagem de 14 dias na Tailândia, com passagens pela China e Alemanha.

Ele desembarcou no aeroporto de Guarulhos e veio de carro até Ponta Porã, cidade no sudoeste do Estado na fronteira com o Paraguai. O paciente foi atendido no Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, apresentando febre, coriza e dor de garganta. Ao Correio do Estado, Gabriel Santana disse que contraiu um resfriado na Alemanha, por conta do clima frio. “Peguei resfriado na Alemanha por conta do clima muito gelado e quando desembarquei no Brasil, o clima era de muito calor”, explica.

Nas redes sociais, ele chegou a publicar que não acredita que tenha a Covid-19. “Vim pro hospital não porque suspeitava que eu estava com corona, mas sim pra pegar um atestado que prove que não tenho o coronavírus, que se tratava de uma gripe comum e assim poder voltar trabalhar normal”, afirmou.

Adriel Mattos, Agência Brasil

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