Quem circula pelas ruas das cidades de Mato Grosso do Sul, sobretudo a capital, Campo Grande, e municípios localizados perto da divisa com Paraná e São Paulo, tem visto uma quantidade considerável de automóveis com placas do modelo Mercosul em circulação. Alguns até ficam em dúvida se o Departamento Estadual de Trânsito de MS (Detran-MS) já está emplacando no novo modelo. A resposta para isso é que o órgão responsável pelo registro dos veículos no Estado ainda não aderiu às placas novas e que não há movimentação alguma neste sentido.

O Correio do Estado apurou que, apesar do prazo final para todos os estados brasileiros aderirem às placas com detalhes em azul encerrar-se no dia 30 de junho, não há movimentação alguma no Detran de Mato Grosso do Sul para integrar o sistema de registro ao novo padrão. Por enquanto, apenas sete estados brasileiros oferecem o modelo de placas do Mercosul: Rio de Janeiro, Amazonas, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. Uma das explicações para um número já considerável de carros com placa de tarja azul circulando por Mato Grosso do Sul é que o estado vizinho, Paraná, já é responsável por pelo menos 30% dos registros feitos na nova modalidade. O Rio de Janeiro, pioneiro na nova placa, também teve grande adesão. 

Na última semana do ano passado, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) estendeu para 30 de junho de 2019 o prazo para ser aplicada a placa do Mercosul. Mato Grosso do Sul, por exemplo, estava na leva de unidades federativas que teriam de adotar a nova identificação já em 2 de janeiro, contudo, ganhou mais seis meses para se adequar à nova medida. 

Em 15 de março deste ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou durante uma transmissão ao vivo para seus seguidores nas redes sociais que buscaria uma solução para acabar com o novo modelo de placa. “Vamos tentar, então, ver uma maneira legal, eu acho que dá para encontrar solução de acabarmos com essa placa do Mercosul”, afirmou na ocasião. 

Posteriormente à declaração do presidente da República, porém, houve reunião do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para tratar da implantação da placa, e o cronograma, com prazo final em junho, foi mantido. Nos bastidores, a avaliação é de que sete unidades da Federação já adotam o novo sistema, o que poderia fazer com que uma mudança no meio do processo trouxesse custos ainda maiores. 

Dos cinco países que integram o Mercosul, além do Brasil, a Argentina e o Uruguai já adotam a nova placa. O Paraguai deve adotá-la em breve (previsão para este ano) e a Venezuela, suspensa da comunidade, não tem previsão. 

Por EDUARDO MIRANDA

Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

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