Desempregados lotam Funsat em busca de seguro desemprego

15/04/2020 08h45 - Atualizado há 4 anos

Pessoas também foram atrás de vaga e ajuda no auxílio emergencial

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Bruno Henrique/Correio do Estado

Não está fácil para ninguém, principalmente para aqueles que perderam seus empregos de anos por conta da pandemia do novo coronavírus nos últimos meses. Mesmo assim, nesta terça-feira (14) um novo grupo de desempregados em Campo Grande foram a luta em busca de alguma esperança financeira.

Logo antes das 8h, a fila em frente a Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat) já estava cheia de gente e mais preocupante do que o tamanho da fila era a aglomeração de pessoas esperando a unidade abrir as portas. Aglomerações e pessoas muito próximas uma das outras é o cenário mais preocupante durante a pandemia, uma vez que o vírus é de fácil transmissão.

Após às 8h, funcionários da Funtrab conseguiram arrumar a fila com espaçamento adequado de um metro e meio e organizaram o tumulto em duas filas: uma para pessoas em busca do seguro desemprego e outra para demais assuntos, como vagas de trabalho, auxílio emergencial entre outros. O que mais chamou a atenção da reportagem do Correio do Estado, foi a quantidade de pessoas desempregadas em busca do seguro.

Realidade essa que hoje faz parte da vida da vendedora Magna Leite Rodrigues, de 32 anos. Ela foi em busca do seguro porque foi demitida recentemente do emprego onde ficou por cerca de três anos. Ela trabalhava em quiosque de perfumaria dentro de shopping, mas por conta da crise foi demitida com outras duas pessoas e o quiosque foi fechado por falta de movimento.“Até passar tudo isso, acredito que não vou conseguir emprego, mas depois que passar vai abrir muitas vagas porque muita gente foi demitida, se Deus quiser, vou conseguir um emprego”, disse.

 Guarany Corrêa, 48 anos, veio do Rio de Janeiro para Campo Grande há 3 anos, em busca de uma vida melhor, que na visão dele, a vida no Rio é bastante perigosa. Já na Capital, ele trabalhava como recepcionista de hotel e por conta da pandemia foi demitido porque não havia mais hóspedes. “Pretendo continuar aqui por conta da qualidade de vida, a vida no Rio é muito corrida, vou tentar o seguro desemprego”, contou.

A costureira Solange Gomes, de 32 anos, também foi demitida de uma empresa de confecções, mas não conseguiu o seguro porque ainda estava na experiência. Ela foi até a Funtrab tentar o cadastro no auxílio emergencial porque não conseguiu fazer o cadastro pelo aplicativo e não sabe quanto terá outro emprego. “Sou só eu e minha filha, minha mãe e meu pai vão me ajudar, mas tenho conta para pagar, eu preciso e esse dinheiro vai me ajudar bastante”, explicou.

Diogo Moraes Proença, 23 anos, é de Corumbá e também faz três anos que veio para a Capital. Veio com o irmão em busca de mais oportunidade de emprego, já estavam trabalhando informalmente, mas depois da pandemia não surgiu mais oportunidade de trabalho.“Meu irmão até pensa em voltar para Corumbá, eu não tenho essa intenção, quero ficar por aqui mesmo, lá é muito ruim”, disse.

Além da Funsat, que funciona na Rua 14 de Julho, 992, das 8h às 17h, a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) também atende a população, e está localizada na Rua Treze de Maio n.º 2773 no Centro.

 Bruna Aquino, Daiany Albuquerque

CORREIO DO ESTADO