Deputados dão entrada na CPI do Genocídio na Assembleia

07/10/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

O deputado Pedro Kemp (PT) conseguiu nove assinaturas para protocolar na mesa diretora da Assembleia Legislativa o pedido para abertura da Comissão Parlamentar Processante (CPI) do Genocídio. A intenção é apurar o assassinato de 390 indígenas e as mortes por suicídio de outros 585. Esses números são dados do Relatório de Violências Contra os Povos Indígenas.

Um grupo com dezenas de índios compareceram à Assembleia e fizeram pressão para que a CPI emplacasse. Era preciso oito assinaturas para que ela fosse apresentada, mas Kemp conseguiu uma a mais. Assinaram o documento a bancada do PT (Amarildo Cruz, Cabo Almi, João Grandão e o próprio Pedro Kemp), Beto Pereira (PDT), Lídio Lopes (PEN), Maurício Picarelli (PMDB), Zé Teixeira (DEM) e Mara Caseiro (PT do B).

Nós, representantes dos cidadãos sul-matogrossenses, não podemos nos omitir frente a triste realidade, e não podemos permitir que o Tribunal da História nos aponte a responsabilidade pela violência cometida contra grupos éticos na forma preceituada pelas Nações Unidas como crime de genocídio, informou o documento que pediu a abertura da CPI.

Até as 19h30 desta quarta-feira (7), os índios que foram à Assembleia permaneciam dentro do prédio. Em contato telefônico com a segurança, funcionário informou ao Portal Correio doEstado que ele recebeu a notícia que os índios não deixariam o local enquanto a CPI não fosse aprovada. O presidente da Casa, Júnior Mochi (PMDB), é quem deve fazer a aprovação para que a processante seja montada.

MAIS INVESTIGAÇÃO

Outra CPI para investigar a atuação do Conselho Missionário Indigenista (Cimi) foi montada. Há suspeita que a entidade influencie na prática de conflitos agrários.

“Não temos nada a esconder. Pelo contrário, é uma chance de mostrarmos o sofrimento destes povos, aos quais nós apenas levamos a solidariedade por meio da fé. Queremos que ela abra caminho para uma investigação quanto às mortes indígenas. É fácil criminalizar um povo oprimido em uma sociedade opressora, disse o presidente nacional do Cimi, Roque Paloschi, que esteve na Assembleia nesta quarta-feira (7).

O Cimi tem direcionado duras críticas aos deputados Zé Teixeira e Mara Caseiro, mas eles assinaram o pedido de abertura da CPI do genocídio.

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(Foto: Divulgação / Assembleia Legislativa)