CRANIOESTENOSE: Família promove evento para cirurgia de criança com deformidade

04/09/2019 00h00 - Atualizado há 5 anos
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Divulgação

“Eu senti que ela tinha algo de diferente desde que nasceu”. Apesar da intuição da mãe, Fernanda Fonseca Alves Rodrigues, de 27 anos, estar correta, de início, os médicos não concordaram, mas Emanuely Fonseca Alves Rodrigues, hoje com 4 anos, nasceu com cranioestenose. Ela se prepara para passar por uma cirurgia nas próximas semanas, mas a família precisa de ajuda para custear a viagem até a capital federal.

No próximo sábado (7), a família promove um evento beneficente para arrecadar fundos para a viagem à Brasília (DF), onde a menina passará pelo procedimento cirúrgico, que dará uma nova perspectiva de vida para Emanuely. O procedimento está marcado para 16 de setembro, no Hospital Sarah Kubitschek, e será coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

INTUIÇÃO

Ao perceber um desvio na face da filha, Fernanda procurou ajuda médica, mas ela recebeu a garantia de um profissional que isso seria corrigido naturalmente quando Emanuely completasse 3 anos. Mas a menina apresentou o primeiro sintoma de que não seria assim.

“Com 2 anos e meio, mais ou menos, ela começou a ter dores de cabeça com certa frequência. Levei ela ao oftalmologista e não era nada. Então pedi a uma pediatra uma tomografia, mas ela disse que não era necessário eu submeter ela a um exame com contraste. Mesmo assim, eu insisti e dito e feito. Apareceram alterações e começou uma corrida a neurologistas, fazer mais exames, até constatarem a cranioestenose”, relembra a mãe.

Na época do diagnóstico, a família tinha um plano de saúde privado e passou a procurar neurologistas. Mas quando o marido de Fernanda foi demitido, ela procurou ajuda por conta própria. Acabou achando no hospital de Brasília, que vai operar Emanuely pelo SUS. “Fomos a consulta e a médica confirmou e disse que realmente iria precisar da cirugia. Voltamos para Campo Grande e aguardamos por 1 ano. Para nossa alegria, no dia 16 de agosto, eles me ligaram para informar que temos que estar lá no dia 12 [de setembro] para começar os exames pré-operatórios e no dia 16, ela será internada para a cirurgia”, conta.

Por outro lado, Emanuely continua na espera de atendimento na capital sul-mato-grossense. A demora fez com que Fernanda, que chegou abandonar o emprego de babá para se dedicar aos cuidados da filha, procurasse atendimento fora do estado.

EVENTO

O almoço beneficente será realizado no próximo sábado (7), a partir das 11h, na rua Dolor Ferreira de Andrade, 270. Os convites custam R$ 25 e podem ser adquiridos na hora. Haverá música ao vivo, com apresentações de Patrícia & Adriana, Índio & Ralf, Maestrinho Lima, Leo Andrade & Rafael, Julinho Cambiaghi e Leo Brito.

Informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 9 9265-7340. Se você quiser doar para ajudar a família, é depositar ou transferir qualquer quantia para Fernanda, no banco Bradesco, na agência 0073 e conta 558471-0.

CRANIOESTENOSE

Ao nascer, o osso da cabeça do bebê está separado por linhas, chamadas de suturas e duas aberturas no alto, a fontanela anterior e a posterior, conhecidas como moleiras. A cranioestenose ou craniossinostose é o fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas. A forma do crânio se modifica, devido ao impedimento do crescimento normal do cérebro. Esse fechamento precoce pode causar deformidades na cabeça e até graves lesões neurológicas.

O diagnóstico é feito pelo exame físico da cabeça do bebê, complementado com o exame radiológico e avaliação por neuroimagem. Estes exames permitem a constatação da sutura fechada e das possíveis malformações dos ossos da face e/ou do sistema nervoso que possam ter. O tratamento é cirúrgico: são criados espaços ou suturas no osso do crânio.

Por ADRIEL MATTOS

 Foto: Arquivo pessoal/Fernanda F. A. Rodrigues

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