Com queda no preço das carnes, inflação da Capital recua em janeiro

08/02/2020 10h21 - Atualizado há 4 anos

Campo Grande apresentou o décimo índice no Brasil

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Álvaro Rezende/Correio do Estado

A inflação de Campo Grande fechou janeiro com a variação de 0,13%, bem diferente de dezembro quando o índice registrou aumento de 1,32%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, foi divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O indicador seguiu a tendência dos últimos dois anos (2018: 0,10%, 2019: 0,20%). Entre os municípios pesquisados, a Capital teve o décimo índice no País.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro tiveram alta em janeiro, com destaque para Habitação (0,72%) e Transporte (0,59%), que apresentaram as maiores variações positivas. O primeiro puxou o índice 0,11% para cima, o segundo, 0,12%. Enquanto entre os que mais ajudaram a reter o índice estão Vestuário (-0,72%) e Alimentação e bebidas (-0,42%). O primeiro puxa o índice para baixo em -0,035%, o segundo, em -0,86%.

As carnes foram as principais responsáveis pelo recuo do grupo Alimentação e bebidas (-0,49%), com variação negativa de -3,01%, com o maior impacto individual negativo no índice (-0,13%). Com isso, o subgrupo alimentação no domicílio registrou deflação de -1,02%. Auxiliaram na queda os subitens banana d’água/nanica (-11.63%) e cebola (-16,29%). Em contrapartida, o subgrupo alimentação fora do domicílio apresentou aumento de 1,25%, influenciado pelo subitens refeição (0,67%), lanche (2,4%) e Refrigerante e água mineral (2,71%).

O grupo Habitação, que passou de -1,09% em dezembro para alta de 0,72% em janeiro, com impacto de 0,11% no índice. O item Aluguel e taxas (3,03%) teve força suficiente para elevar os números, mesmo estes sendo puxados para baixo pela Energia elétrica residencial (-1,65%) e Reparos (-0,21%). Artigos de residência, grupo que teve queda de -0,07%, foi influenciado essencialmente pela queda no item Eletrodomésticos e equipamentos (-1,13%).

O grupo com a maior queda no mês de janeiro, Vestuário, ficou em -0,72%. Os itens que mais influenciaram a queda foram roupa feminina (-0,77%), roupa infantil (-1,81%) e Calçados e acessórios (-0,93%).

Transportes é o grupo com maior influência no índice. Seu peso corresponde a 21% da inflação local. Sua alta de 0,59% foi influenciada pelo aumento no valor dos subitens ônibus urbano (2,03%), álcool (2,82%) e gasolina (2,23%). Esta última foi responsável pela influência de 0,159 no índice, contrapondo, assim, a maior baixa do grupo, performada pelo subitem passagem aérea (-9,19%, que pesou, no índice, em -0,027%.

MUDANÇAS

Foram os primeiros números calculados com base na nova cesta de produtos e serviços, que foi atualizada, a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. A cesta contém 56 novos produtos e serviços que ganharam relevância no consumo dos brasileiros nos últimos anos, como transportes por aplicativo e serviços de streaming. Entraram também no cálculo despesas relacionadas à vida saudável e estética, tratamento e higiene de animais domésticos e até o consumo de macarrão instantâneo. Outros itens, porém, perderam espaço ou foram excluídos do orçamento das famílias, como aparelhos de DVD, assinatura de jornais e máquinas fotográficas.

Outra novidade é a coleta de preços por meio de um robô virtual. O recurso foi utilizado na pesquisa de preços do transporte por aplicativo. A partir de fevereiro, as passagens aéreas também serão coletadas desta forma.

Súzan Benites

CORREIO DO ESTADO