Com casos em MS, saiba como se proteger da esporotricose, infecção grave que causa feridas

01/12/2025 10h19 - Atualizado há 22 horas

Lesões por esporotricose são de difícil cicatrização e exigem tratamento com acompanhamento médico

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Esporotricose, doença causada por fungos do gênero Sporothrix, se manifesta em gatos e humanos (Foto: Secretaria de Saúde de Dois Vizinhos)

O Brasil vive um surto de esporotricose humana, uma doença causada por fungo presente no solo, em vegetação em decomposição ou na casca de árvores. Com casos registrados em 26 estados brasileiros, inclusive em Mato Grosso do Sul, desde janeiro deste ano a notificação de casos da doença passou a ser compulsória.

A doença se manifesta e humanos quando o fungo entra em contato com ferimentos na pele ou mucosas. Animais infectados também podem transmitir a doença por arranhaduras, mordidas, lambeduras ou contato com lesões.

Entre os principais transmissores estão os gatos, que acabam desenvolvendo uma micose que provoca feridas na pele, orelhas e patas que não cicatrizam.

Em Campo Grande, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em 2024 foram registrados 4 casos confirmados de esporotricose em gatos e, em 2025, 6 casos até o momento.

Já entre humanos, foram 7 notificações em 2024, com 1 caso confirmado, e 2 notificações em 2025, sem confirmação.

O quadro

“A esporotricose é causada por fungos do complexo Sporothrix schenckii, um grupo de espécies que vive naturalmente no solo, na madeira em decomposição, em espinhos e em matéria orgânica. Embora seja mais frequente em áreas rurais, esses fungos podem estar presentes também em ambientes urbanos”, explica a Sesau.

Ainda de acordo com a secretaria, a infecção é mais comum em pessoas que lidam com terra, plantas, jardins e materiais orgânicos, além de ser transmitida por arranhaduras ou mordidas de gatos infectados.

“O complexo Sporothrix possui característica que facilita sua entrada pela pele e sua sobrevivência no organismo. Por isso, o uso de equipamentos de proteção ao manusear solo e plantas, além do cuidado com animais suspeitos, é fundamental para reduzir o risco de transmissão”, completa a Sesau.

Sintomas

Em humanos

Na fase inicial da lesão, as características são bem parecidas com uma picada de inseto que pode evoluir para feridas ou nódulos. Segundo o Ministério da Saúde, a cura espontânea é rara, ou seja, é necessário tratamento.

Quando o caso fica mais graves, o fungo pode afetar os pulmões, fazendo surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose.

O fungo também pode afetar os ossos e articulações, causando inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhantes ao de uma artrite infecciosa. Assim, as lesões podem cusar dor, calor, prurido (coceira).

Os sintomas clínicos da infecção vão depender de fatores como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão. O período de incubação é variável, de uma semana a meses, podendo chegar a até seis meses após a inoculação.

Em gatos

No caso da esporotricose felina, a doença também pode manifestar feridas, muitas vezes profundas e de difícil cicatrização. Em casos mais graves, nódulos também são localizados e podem gerar prejuízo ao fígado, pulmões e ossos.

Tratamento

O tratamento da doença, tanto em humanos, quanto em gatos, não é rápido. Em humanos, pode variar de três meses a um ano até a cura completa do indivíduo. Para combater a doença, é feito o uso de antifúngicos e outros medicamentos, a depender da gravidade do quadro.

Liana Feitosa

MIDIAMAX