A psicóloga Marisa Drews, de 54 anos, e o técnico em informática Ramires Lopes de Carvalho, de 56 anos, voltavam de Londres quando foram surpreendidos pelos atentados terroristas em Bruxelas, na Bélgica, na manhã desta terça-feira (22) durante a conexão. O casal mora em Curitiba e estava no Aeroporto Internacional de Zaventem no momento do ataque. O irmão da psicóloga, Ricardo Drews, mora em Campo Grande e conseguiu entrar em contato assim que soube do ocorrido.

O casal foi a Londres visitar a filha e conhecer o neto recém-nascido. O voo que eles estavam fez conexão na capital belga, onde os atentados deixaram mais de 30 mortos e dezenas de feridos. Os ataques aconteceram no aeroporto e na estação de metrô Maelbeek.

O veterinário Ricardo Drews disse que a irmã e o cunhado tomaram café perto do local onde houve o atentado no aeroporto e embarcaram em seguida. Enquanto a aeronave se preparava para a decolagem aconteceu a primeira explosão.

Ele relatou que a companhia suspendeu a decolagem e pediu que os passageiros saíssem do avião. Por telefone, Marisa disse a ele que foi levada para um galpão no aeroporto e que não pode levar a bagagem. Eles voltaram não puderam descer com nada, só conseguiram pegar alguns remédios, relatou Ricardo.

Além dos medicamentos, o casal conseguiu sair com os documentos pessoais. Entre os passageiros haviam principalmente crianças e idosos. Eles ficaram por mais de 5 horas no local.

No último contato com a irmã, Ricardo soube que ela e o cunhado foram transferidos para uma cidade próxima à Bruxelas, onde devem permanecer até que os voos sejam liberados.

Os avós ficaram três meses na Europa e voltariam para o Brasil nesta terça-feira (22). A previsão, segundo Ricardo, é de que a viajem para o Brasil ocorra a partir do dia 29 de março. Enquanto isso, ele diz que se sente imobilizado e que gostaria de ajudá-los.

É difícil! A gente fica meio imponente. Você fica sem poder fazer nada. Está tudo fechado no país, finalizou.

Explosões

Duas explosões ocorreram no aeroporto e uma no metrô. Pelo menos uma delas foi provocada por um homem-bomba, segundo procuradoria local. Uma testemunha que trabalha no setor de bagagens do aeroporto disse ter ouvido um homem gritar em árabe pouco antes da explosão.

O prefeito de Zaventem, onde fica o aeroporto de Bruxelas, diz à agência France Presse que os agressores levaram bombas dentro de malas.

Inicialmente, a imprensa divulgou que as explosões ocorreram na área de embarque, e houve ainda um relato de que foram perto de um balcão da companhia American Airlines – o que a empresa nega.

A polícia do país diz ter encontrado um rifle Kalashnikov ao lado dos corpos no aeroporto de Bruxelas, segundo a emissora pública belga VRT. O canal privado VTM disse que um cinto com explosivos  foi localizado e detonado pela polícia.

Terrorismo

Algumas horas depois dos ataques, o Estado Islâmico publicou um comunicado na web reivindicando os atentados.

A TV belga divulgou uma foto que seria dos suspeitos do atentado no aeroporto. Logo depois a polícia fez um alerta de que um dos três estaria foragido e pediu informações sobre ele. Durante todo o dia, foram feitas batidas policiais na capital belga.

G1 MS