A palavra sensibilidade parece ser a legenda de cada foto. Mais ainda, ela fica subentendida entre os gestos e emoções de cada personagem. São mães, mulheres e meninas que toparam participar de um ensaio fotográfico, embora com alguma doença ou parte do corpo lesionada. Elas são clicadas gratuitamente por um casal de Campo Grande, sendo levadas para cachoeiras, galpões, bares, vagão de trem e onde mais a criatividade permitir. O próximo desafio? Achar avós sem medo de mostrar a sensualidade.

Queremos mulheres sem vergonha de aparecer, sem rótulos, justamente igual o Blackout, nome dado ao nosso projeto. O único perfil que buscamos é o psicológico, de coragem, de quem também quer fazer algo para ajudar ao próximo. Nós percebemos que não tinha ninguém ajudando as pessoas dessa forma, mostrando essa realidade através das lentes e ajudando na autoestima, inclusive com uma campanha que englobasse tudo, afirmou ao G1 o fotógrafo Hector Diego, de 23 anos.

Ao pesquisar sobre tais imagens, Diego disse que não viu ninguém brigando por isso, apenas em casos específicos como o câncer de mama. Mas, com a divulgação clientes a procuraram, com a intenção de se sentir mais bela e mostrar a sensualidade ao marido.

Desde o início, Hector tinha como objetivo retratar, de modo natural e sem retoques, a beleza, a sedução feminina. “Nossa motivação é fazer a diferença na vida de mulheres reais, aumentando a sua autoestima e mostrando a beleza para o mundo e principalmente para elas mesmas. Por meio do projeto, queremos mostrar que todas as mulheres são lindas, independentemente de sua cor, opção sexual, idade ou tipo físico”.

Primeiro ensaio

Neste mês, a dupla iniciou sessões e surpreendeu a todos com a beleza natural e fora dos padrões da moda de Jennifer Chaparro. Foi através desse ensaio que Hector passou a ser cada vez mais procurado por mulheres de todos os tipos físicos e com as mais variadas histórias, no intuito de redescobrir sua beleza e assumir suas marcas como parte importante de suas vidas.

No caso da Jennifer, foi o meu primeiro ensaio. É uma amiga minha, uma pessoa um pouco mais cheinha, de pernas grossas, mas não gordinha. A partir desta experiência, foi ali que percebi que queria mudar a história das pessoas. A Jennifer, que possui muitos contatos, foi o nosso pontapé inicial, já que ela começou a divulgar bastante o nosso projeto, relembrou.

Após alguns meses, houve a aproximação com a publicitária e videomaker Larissa Neves, de 24 anos. Ela faz total diferença nos ensaios, realizando lindos making ofs com repercussão jamais inesperada. Por ser mulher, possui uma sensibilidade mais aflorada e aprendo todos os dias com ela e no cuidado com as nossas clientes, sendo que algumas, mesmo com Uma das nossas clientes, que possui má formação nos membros superiores por conta da hereditariedade e outra cadeirante, toparam o desafio de subir em cima de um vagão de trem abandonado com sua cadeira. Até por isso o nome: Blackout, Mudando Histórias, garantiu.

Belezas naturais

Além de Campo Grande, diversos municípios do interior do estado podem ser palco do projeto. Procuramos, em um primeiro momento, conhecer pela internet diversos cantos e possíveis cenários para as nossas fotos que, muitas vezes, são despercebidos pelas pessoas. Tentamos mostrar toda esta beleza com o nosso olhar e, desta maneira, emprestamos as nossas lentes para mostrar o diferencial do lugar e da nossa cliente, explicou Neves.

Outro diferencial, ainda conforme Neves, é que muitas mulheres ficam bastante à vontade com a presença de outra mulher durante o ensaio. Já recebemos muitos agradecimentos, como recentemente um marido nos disse, emocionado, que tínhamos devolvido a autoestima da mulher dele, após ela ter passado por um período difícil com o câncer. Aos poucos, elas vão se soltando, elas ficam seminuas, nuas e isso não nos deixa desistir de nada, comentou.

Sobre a expansão do projeto, a jovem diz que pensa em fazer fotos com o maior número possível de mulheres. Qualquer mulher, em qualquer canto do mundo, pode ser sensual. Nós queremos mostrar isso, cada vez mais quebrar os rótulos. E os vídeos também encantam muito, as pessoas choram ao assistir e isto é muito gratificante, finalizou.

G1 MS