Campo Grande é a 3ª cidade em número de queimadas
Baixa umidade e época seca fora da média agravam a situação
Rodrigo Almeida
Campo Grande é “medalha de bronze” no quesito queimadas em Mato Grosso do Sul.
Ela está no topo da lista de cidades que mais queimaram no período: foram 690 incêndios. Só neste mês, a capital registrou 148 focos até esta quinta-feira, 23.
De acordo com o Instituto de Pesquisas Estatísticas Espaciais (Inpe), apenas Porto Murtinho e Bela Vista, com 1.602 e 967 casos respectivamente, estão à frente.
O alerta de baixa umidade divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é um dos facilitadores da causa.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Fábio Catarinelli, desde os meses de março e abril já era observado o aumento na quantidade de focos em Mato Grosso do Sul.
“Geralmente isso é muito cedo para começar”, explica.
O tenente-coronel diz que o órgão imaginava que seria um período complicado, pois “a média estava abaixo do normal”. E a tendência é que isso continue no próximo mês.
Histórico
Ele explica que historicamente os meses de agosto e setembro são o pico de incêndios, ou seja, “os problemas estão apenas começando”.
Outro agravante é que a perspectiva de chuva está um pouco abaixo da média histórica.
Apenas neste mês de julho, até o dia 23, o Instituto de Pesquisas Estatísticas Espaciais registrou mais de 67 mil focos de incêndios no cerrado, 3.711 em Mato Grosso do Sul.
Isso quer dizer que o período de menos de um mês de incêndios no cerrado brasileiro é quase igual à quantidade de focos identificados em seis meses no estado.
MS registrou neste ano, quase 81 mil casos.
Assim como o cerrado, outro bioma massacrado é o Pantanal. Na região, foram mais de 16 mil focos somente neste mês.
Este é o mais ameaçado até aqui. São 64 mil queimadas desde o início do ano.
Fabio Cantarelli diz que o que preocupa na região é a baixa vazão de água. “Os rios estão com pouca água e a área queimada aumenta com o solo e vegetação secos”, aponta.
Alerta do Inmet
O alerta de baixa umidade feito pelo Inmet e divulgado pela Defesa Civil vai até esta sexta-feira (24).
Neste período, o boletim do órgão estadual recomenda tomar bastante líquido, evitar exposição ao sol e não fazer exercícios físicos ao ar livre em horários de baixa umidade, entre 10h e 17h.
CORREIO DO ESTADO