Campo Grande: Bandidos fazem arrastões no centro e na periferia
Uma onda de criminalidade tem atingido Campo Grande, neste início de ano. Somente nas últimas 72 horas, três casos chamam a atenção pela facilidade com que criminosos têm agido no Centro e em bairros da cidade, além do risco que se corre dentro e fora de casa.
Um dos crimes recentes foi contra um comerciante de 69 anos que teve a casa invadida por assaltantes, na quarta-feira (23) à noite, na Vila Bandeirantes. Durante o crime, a vítima foi mantida refém, amarrada e trancada em um dos quartos da casa.
Para a polícia, o comerciante contou que, quando chegou em casa, o assaltante já o esperava nos fundos. Ele conseguiu se soltar depois de um descuido do suspeito e se trancou no quarto. O bandido fugiu levando uma televisão, um celular, o carro e ainda cerca de R$ 800.
Também na noite de quarta (23), o médico gastroenterologista Tiago Domingos, sobrinho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jerson Domingos, foi sequestrado, no estacionamento da Santa Casa. Ele estava saindo do hospital, quando foi abordado.
Segundo o delegado que investiga o caso, Antônio Ribas, o médico contou que foi levado para um bairro distante e um dos bandidos saiu com o carro dele, uma BMW I 320, para abastecer, enquanto o outro ficou lhe apontando uma arma. Em um descuido do assaltante, o médico conseguiu escapar e pediu ajuda em uma das residências no Bairro Los Angeles.
Além dos assaltos, comerciantes da Rua Sete de Setembro tiveram uma desagradável surpresa na manhã de ontem. Pelo menos três lojas foram arrombadas por um ladrão, que acabou preso pela polícia pouco depois dos crimes.
De acordo com o comerciante Bruno Dantas, dono de uma loja de suplementos na rua, o crime aconteceu por volta das 5h. Vídeo ao qual o Correio do Estado teve acesso mostra que o bandido arrombou o comércio e, em pouco tempo, saiu levando um celular e a caixa registradora do local. “A polícia agiu rápido e recuperamos o que foi furtado, mas fica o prejuízo da porta, que não é barato”.
Comerciantes reclamam que é comum andarilhos e usuários de drogas arrombarem comércios na região. “Eles arrebentam a porta mesmo. Eu já tive muito prejuízo e, às vezes, nem é pelo que eles levam, é para consertar. Uma porta dessas custa de R$ 2 mil a R$ 3 mil”, afirmou o comerciante Zuhair Michel Ibrahim.
PREJUÍZO
Dono de um prédio desocupado no distrito de Indubrasil, o empresário Humberto Calderan já calcula um prejuízo de R$ 400 mil, em razão da série de furtos praticados no local.
O prédio era de uma empresa que faliu e ficou sem vigilância por alguns meses, quando assaltantes levaram fios, telhas e até os vasos sanitários.
“Foram muitas vezes, vinham até de caminhão para furtar. Só não levaram as paredes, porque a fiação elétrica, a rede de alta tensão, cinco mil metros quadrados de tela, tudo que é vaso de banheiro, granito, foram levados, foi uma coisa absurda”.
O empresário conta que, há cerca de duas semanas, a polícia prendeu dois suspeitos no local, no entanto, ele já contratou segurança 24h para evitar mais prejuízo.
Na quarta-feira (23), na mesma região, dois homens foram presos tentando roubar parte dos trilhos da Estação Ferroviária do Indubrasil. No total, foram retirados 24 metros de trilhos, divididos em 4 barras de 6 metros. Cada 12 metros de trilho custa R$ 450. Parte dos trilhos cortados pertence ao ramal que fica na saída do Indubrasil, sentido Maracaju. O complexo ferroviário do Indubrasil foi construído em 2009, com investimento de R$ 44 milhões. Hoje, parte do local está abandonada.
Por LUANA RODRIGUES
Foto: Luiz Alberto
Correio do Estado