Após soltura, associação tenta provar inocência de policiais militares em MS

25/01/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Dois dias após a soltura dos policiais militares que foram acusados de agressão a um adolescente, em Campo Grande, a Associação de Cabos e Soldados (ACS) estuda uma possibilidade de provar a inocência da guarnição. Ao G1 o presidente Edmar Soares, ressaltou neste domingo (24), que a intenção é denunciar por falsa comunicação de crime, tanto os pais como o adolescente de 15 anos.

Durante a instrução criminal nós vamos provar que nossos policiais não tem culpa nesta acusação. A partir daí, vamos mover uma ação contra os denunciantes por falsa comunicação de crime. Tudo isto que aconteceu deixou a nossa tropa desmotivada e agora teremos de realizar palestras e visitas frequentes nos quartéis da cidade, afirmou o presidente.

Conforme Soares, a prestação do serviço continua a mesma, porém a estima dos policiais declinou ao longo destes últimos dias.

Os policiais prestam um serviço de qualidade, muitos deles são apaixonados pela profissão. Mas agora vamos unir esforços para provar que tudo isto foi mentira e que o próprio adolescente declarou que pulou da moto durante a abordagem, comentou.

Além da possível confissão do adolescente, a ACS ainda conta com o serviço reservado da PM e a Polícia Civil, para averiguar uma postagem feita nas redes sociais.

Com a quantidade de perfis fakes que fazem a cada dia, ainda não podemos dizer que é do adolescente. No entanto, houve uma postagem com o nome dele, dizendo que a meta é prender polícia. Vamos averiguar todas estas questões, inclusive judicialmente, falou o presidente.

Outro lado

Ao G1 o pai do adolescente comentou que está sendo perseguido por conta desta situação. A policial bateu no meu filho e agrediu verbalmente a minha ex-mulher. Fiquei sabendo de tudo e inclusive uma capitã da PM me orientou a fazer a denúncia na corregedoria. Estou tentando reaver a minha dignidade. Conheço o modus operandi de muitos policiais e a maioria trabalham em prol da população, mas a exceção existe e eles agrediram o meu filho, comentou o homem de 52 anos.

Acadêmico de direito, o pai do garoto falou que buscou informações sobre o comportamento dos policiais e inclusive encontrou outros adolescentes que foram agredidos por um dos policiais. A guarnição está forjando álibis e enquanto isso os policiais ficam rondando a minha casa e falando coisas inverídicas sobre o meu filho. Isso eu não aceito e vou até o fim, ressaltou.

Entenda o caso

Os três policiais lotados no 1º Batalhão da PM foram presos pela Corregedoria da corporação após denúncia de agressão contra um adolescente de 15 anos, na última quinta-feira (19). O tenente-coronel José Gomes Braga, corregedor-adjunto da PM, disse ao G1 que os policiais prestaram depoimento e negaram a abordagem relatada na denúncia. O adolescente tem registros de atos infracionais.

A Associação de Cabos e Soldados considera as prisões arbitrárias e injustas. O presidente ressalta que a equipe não abordou o adolescente que fez a denúncia e negou qualquer tipo de agressão ou excesso na abordagem policial.

G1 MS