Após anos de indecisão, shopping do Indubrasil pode ser retomado em 2021

01/12/2020 08h36 - Atualizado há 3 anos

Construtora cobra na Justiça valores pela construção do prédio; obras foram concluídas em 2017, mas o local continua de portas fechadas

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Valdenir Rezende/Correio do Estado

Súzan Benites

Prédio localizado no núcleo industrial Indubrasil, apresentado como um outlet em Campo Grande e posteriormente como o primeiro shopping do agronegócio do País, continua de portas fechadas.

De acordo com a empresa Inova Mall & Retail, o projeto continua nos planos e deve ser retomado em 2021. O empecilho apontado por construtora da Capital seria dívida em relação à construção do local.

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com os responsáveis pelo empreendimento e segundo o CEO da empresa, Antônio Mascarenhas, o projeto do shopping do agronegócio será retomado. “Vamos retomar no início do próximo ano”, afirmou.

Em fevereiro do ano passado, a empresa anunciou que as atividades comerciais começariam em março. Já em setembro de 2019, o sócio afirmou à reportagem que a inauguração do centro comercial seria no começo de 2020.

“Não desistimos do shopping, pelo contrário, a gente acredita muito no sucesso do projeto. Estamos resolvendo algumas questões legais de infraestrutura, logística e outros detalhes legais para definirmos uma data de inauguração”, informou Mascarenhas na época.

Ação

Segundo a empresa responsável pela construção do prédio, as sócias Rivercom e Inova Mall ainda não arcaram com os custos da construção e o pagamento é questionado na Justiça.

No ano passado, a construtora Haddad Engenheiros Associados informou que a dívida é de cerca de R$ 10 milhões, valor questionado pela contratante.

A construtora diz que ainda não houve acordo quanto ao pagamento da construção do prédio. Segundo a defesa da construtora Haddad Engenheiros Associados, desde a conclusão do imóvel, a empresa tenta negociar o pagamento, sem sucesso.

“Ainda não houve acordo. Pela Haddad Engenheiros foi requerida ao juiz a produção de prova pericial, na qual um perito nomeado pelo juiz vai conferir os serviços prestados e respectivos valores devidos. O juiz ainda não apreciou esse pedido, mas acredito que esse seja o encaminhamento a ser dado, realizando a perícia judicial na obra”, disse o advogado Rodrigo Moreira.

O advogado ainda ressalta que a ação não impede a retomada do projeto, somente que a estrutura seja mantida.

“Só não podem praticar nenhuma inovação ilegal na situação de fato do imóvel que venha a prejudicar a ação ajuizada e a realização da prova pericial”, analisa Moreira.

Histórico

A pedra fundamental do outlet de Campo Grande foi lançada em abril de 2014. A previsão inicial era de que a inauguração fosse realizada em novembro daquele ano.

Em razão da não conclusão da obra da rotatória, foi adiada para o primeiro trimestre de 2015 e, depois, para o segundo semestre de 2016. O investimento inicial no empreendimento foi de R$ 30 milhões.

As obras foram concluídas em 2017. No mesmo ano, em outubro, o grupo empresarial responsável reformulou a proposta e as 115 lojas passariam a comercializar produtos agropecuários, estabelecendo-se como o primeiro shopping rural do País.

Conforme projeto divulgado em 2018, o centro comercial deverá abrigar estabelecimentos que vendam produtos voltados para o produtor rural.

“Dizemos que a ideia é comercializar desde semente a aeronaves agrícolas”, disse Mascarenhas na época. No local, eles ainda pretendem construir um recinto para leilões de gado.

Segundo informações da Inova, o empreendimento possui uma área de 120 mil metros quadrados de terreno, 31.240 m² de área construída, contará com galpões, espaço para leilões, área para plantio, pátio de exposição e um auditório para aproximadamente 400 pessoas.

CORREIO DO ESTADO