Zanetti é superado por Petrounias e leva prata nas argolas
Rio de Janeiro, 15 Ago 2016 (AFP) - Campeão olímpico em Londres-2012, o ginasta brasileiro Arthur Zanetti conquistou nesta segunda-feira a medalha de prata nos Jogos do Rio. O seu maior rival, o grego Eleftherios Petrounias, levou o ouro.
Na trave, a principal surpresa do dia foi o tropeço da estrela Simone Biles, que errou na recepção de um mortal e teve que se contentar com o bronze. Representante do Brasil na prova, Flavinha Saraiva poderia ter tirado a americana do pódio se repetisse sua nota da fase classificatória, mas também cometeu erros e ficou em quinto.
O ouro foi para a holandesa Sanne Wevers e a prata para outra americana, Lauren Hernandez
Para Zanetti, não teve como contar com o erro do adversário. Com apresentação irretocável, Petrounias, atual campeão mundial do aparelho, ganhou a competição com nota altíssima de 16,000, contra 15,766 de Zanetti. O russo Denis Alizin completou o pódio, com 15.700.
O resultado foi justo. Fiz minha prova, saí satisfeito. Essa competição foi um pouco mais disputada que as outras, mais é assim mesmo, são pequenos detalhes que sempre fazem a diferença, analisou o brasileiro, que não escondeu a emoção por subir ao pódio em casa.
Mais alegria do que em LondresFoi uma série muito boa, uma série para ser campeão mesmo, sabíamos que primeiro e segundo lugar iriam beirar entre 15,9 e 16, concordou o técnico de Zanetti desde a infância, Marcos Goto.
Estou super feliz, uma prata aqui é um grande resultado. O nosso objetivo era medalhar. O resultado da ginastica hoje é o melhor dos últimos tempos, e vai demorar para ser melhor do que isso, completou
Foi a terceira medalha da ginástica brasileira nos Jogos Rio-2016, depois de Diego Hypolito levar a prata e Arthur Nory o bronze no solo. No total o país já soma oito medalhas: um ouro, três pratas e quatro bronzes.
Há quatro anos, na capital inglesa, o ouro de Zanetti foi o primeiro pódio da história do país na modalidade.
Ganhar a prata aqui me deu mais alegria do que o ouro em Londres. Competir em casa defendendo um título é muito difícil, então obter esse resultado aqui tem um gostinho a mais, afirmou.
O paulista de 26 anos não conseguiu repetir o feito de Adhemar Ferreira da Silva, único brasileiro a ter conquistado o ouro na mesma prova individual em duas Olimpíadas seguidas, ao se consagrar bicampeão no salto triplo do atletismo em Helsique-1952 e Melbourne-1956.
Hino brasileiro a capelaDessa vez, o adversário era simplesmente forte demais. A série de Petrounias beirou a perfeição. Foi tão impressionante que ficou logo claro que Zanetti teria que fazer algo realmente excepcional para defender seu título.
A torcida chegou até a vaiá-lo antes, mas, depois da sua apresentação, houve mais aplausos do que vaias, reconhecendo o talento indiscutível do grego.
Último a se apresentar, o brasileiro foi para o aparelho com muita garra, encantou o público e saiu comemorando no final, mas deu para perceber no seu rosto que a vibração não foi a mesma de Londres, quando tinha certeza de ter conquistado o ouro.
Mais contido, Zanetti se contentou a levantar o braço para o ar, com sensação de dever cumprido de um grande campeão. Afinal, ganhar duas medalhas seguidas em Olimpíadas é para poucos.
Quando terminei, eu comemorei pelo fato de ter sido uma série boa. Para mim, o resultado pouco importava, só queria sair satisfeito com meu desempenho, justificou.
Na cerimônia de premiação, depois da execução do hino grego, a torcida presente na Arena Olímpica do Rio cantou o hino nacional a capela, uma forma de mostrar que o essa prata de Zanetti vale ouro.
Na competição do salto masculino, que não teve presença brasileira, norte-coreano Ri Se-gwang se sagrou campeão olímpico, e o russo, que já havia levado o bronze nas argolas, ficou com a prata. O bronze foi para o japonês Kenzo Shirai.
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