Xodó no Palmeiras, Ortigoza revê Corinthians e avisa: Sempre dei sorte

08/03/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

Oitavo colocado no Campeonato Paraguaio, mas na briga por uma vaga nas oitavas de final da Taça Libertadores, o Cerro Porteño poderá ter em campo um atacante com motivação especial para enfrentar o Corinthians nesta quarta-feira, às 19h30 (horário de Brasília), pela fase de grupos da competição sul-americana.

Aos 28 anos, o atacante José Ortigoza revê o Corinthians depois de rápidas passagens por Palmeiras, em 2009, e Cruzeiro, em 2010. Na época, tornou-se xodó da torcida alviverde pela raça em campo, gols (oito em 42 jogos) e a vasta cabeleira que lhe rendeu o apelido de Coalhada – um atrapalhado jogador de futebol criado pelo humorista Chico Anysio.

– Quem inventou esse apelido foi o Marcão (Marcos, ex-goleiro do Palmeiras). Desde que cheguei, ele sempre brincava comigo e começou a me chamar de Coalhada. Pelos cachinhos que eu tinha. Não achava tão parecido, mas pegou. O Marcão não dava moleza (risos) – relembrou o atacante paraguaio.

– Agora mudei um pouquinho, de cabelo curto, essa época dos cachinhos passou – avisou.

Pelo Palmeiras, Ortigoza participou de apenas um jogo contra o Corinthians: empate por 2 a 2, em Presidente Prudente, pelo Brasileiro de 2009. Do banco, porém, viu uma vitória por 3 a 0 no mesmo local, com três gols de Obina, e um empate por 1 a 1 – jogo que marcou o primeiro gol de Ronaldo com a camisa do Timão.

– Tomara que saia uma vitória de novo para nós, contra o Corinthians sempre dei sorte. Seja com a camisa do Palmeiras ou a do Cruzeiro. É muito bom saber que a torcida do Palmeiras se lembra de mim. Sempre tem essa coisinha que ficou, a rivalidade. Eu me identifiquei muito com a torcida, e sabemos que o nosso maior rival é o Corinthians – contou o atacante paraguaio.

Concentrado para a partida desta quarta-feira, Ortigoza ainda não sabe se será titular. Tudo depende do que pensa o técnico Cesar Farias, que corre risco de ser demitido em caso de derrota. O Cerro tem quatro pontos em dois jogos no Grupo 8 da Libertadores.

– Esperamos um jogo complicado. Jogos de Copa são diferentes, e o Corinthians tem um bom time, muito forte. Nossa mentalidade é de ganhar em casa. Sabemos que o principal é ganhar em casa e tentar roubar alguns pontinhos fora – ressaltou o atacante paraguaio.

Ortigoza conversou por telefone com a reportagem e, do Paraguai, relembrou passagens pelo Palmeiras e mostrou confiança em um retorno ao clube alviverde, que também está na Libertadores. Confira abaixo os principais tópicos da conversa:

Reconstrução do Corinthians

– Estamos sabendo que o Corinthians tem um time renovado, muitos jogadores foram vendidos para o futebol chinês. Temos de ficar espertos, porque querendo ou não tem jogadores com bom pé, jogam bem e podem fazer a diferença a qualquer momento. Temos de jogar como Copa, com os dentes apertados. Não vamos dar espaço a eles.

Atenção a Ángel Romero e Balbuena

– Em 2013 joguei com o Ángel, fomos campeões no Cerro Porteño, é um jogador que desequilibra e que pode nos trazer muito perigo porque conhece bem nosso time. Temos de cuidar dele. Já o Balbuena é um zagueiro forte, raçudo, como o futebol paraguaio costuma produzir. Gosta de jogadas pelo alto e vai bem nas divididas. Temos de ficar atentos também.

Chances do Cerro na Libertadores

– A mentalidade da Copa e do campeonato local é diferente. Estamos indo bem na Libertadores, temos quatro pontos, tivemos um empate bom lá na altitude (contra o Independiente Santa Fe, em Bogotá). Tomara que possamos vencer em casa. Acho que temos armas, jogadores muito bons, um bom plantel para brigar com qualquer time na América do Sul. Estamos em condições de ganhar os três pontos em casa, que vão nos deixar muito perto da classificação.

Sonha em voltar a jogar no Brasil?

– Estou bem aqui, ano passado ganhamos o título, brigamos, estou contente. No meu país. Jogando num time muito grande aqui, e por aí se acontecer de novo seria bem-vindo. Tenho muito boas lembranças do Brasil e do Palmeiras, que é um time em que deixei amigos, me deixou com saudades do futebol brasileiro. Foi um bonito lugar onde passei bem e todos gostavam de mim. Aí ficou tudo mais fácil.

Melhor momento no Palmeiras

– Foi no Palestra Itália, um jogo contra o Sport pelas oitavas da Libertadores (1 x 0 Palmeiras, em 2009). O jogo estava 0 x 0, a torcida estava me pedindo no time, entrei no segundo tempo e fiz um gol de cabeça raspando na bola. Foi uma noite muito feliz para mim.

Globo Esporte