Vitória Rosa, com duas vitórias e dois índices, foi o destaque no GP Brasil

02/05/2022 09h05 - Atualizado há 2 anos

A velocista venceu os 100 m rasos (11.05) e os 200 m (22.68) e se qualificou para o Mundial do Oregon, de 14 a 25 de julho. Outros destaques do Brasil foram Gabriel Constantino, nos 110 m com barreiras, Almir Jr, no salto triplo, e Darlan Romani, no arremesso do peso

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(Foto: Wagner Carmo/CBAt)

A velocista brasileira Vitória Rosa foi o destaque do Grande Prêmio Internacional Brasil Loterias Caixa de Atletismo, neste domingo (1/5), no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. Vitória venceu os 100 m (11.05) e os 200 m (22.68), com índices para o Mundial de Atletismo do Oregon, que será na cidade de Eugene, nos Estados Unidos, de 14 a 25 de julho.

O evento fechou o Ranking Brasileiro para a formação da seleção que representará o País de 20 a 22 de maio, no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que será realizado em La Nucia, na Espanha. A CBAt deve convocar nesta semana a seleção brasileira para a competição.

Vitória Rosa fez uma excelente corrida nos 100 m. Venceu com 11.05 (1.0 m/s), melhorando o tempo de 11.12 que havia feito na quarta-feira (27/4) no Torneio Internacional Loterias Caixa São Paulo e o índice para o Mundial de Atletismo do Oregon (11.15 é a marca mínima da World Athetics). Ainda igualou o recorde do GP que era de Ana Claudia Lemos da Silva (de 2013) - foi a terceira colocada neste domingo, com 11.30. Rosângela Santos foi segunda, com 11.25.

A velocista voltou para a pista para correr os 200 metros, penúltima prova do GP, com nova vitória em 22.68 (0.7) e índice - a marca mínima exigida pela World Athletics é 22.80. A equatoriana Gabriela Suaréz ficou em segundo, com 23.14, e Lorraine Barbosa Martins a terceira, com 23.24.

“Estou muito feliz pelo que fiz esta semana. Entrei nos 100 m pensando que na pista é o meu momento e me senti bem, solta”, disse Vitória que parou para assistir a reprise da corrida no telão após cruzar a linha de chegada e comemorar. “Gostei muito, mas minha meta continua sendo alcançar de novo os 11.03, minha melhor marca, que fiz em 2018.” Ficou preocupada por causa de uma lesão na final do Mundial Indoor de Belgrado, em março, mas se sentiu bem neste domingo. "Decidi dar a vida nas duas provas. Nos 200 m sai bem do bloco, me senti confiante. Esse GP foi muito importante para minha preparação", disse, agradecendo ao treinador Katsuhico Nakaya.

A prova masculina também foi bem emocionante com uma chegada apertada entre os colegas Erik Felipe Cardoso, com 10.12 (-1.8 m/s), e Felipe Bardi dos Santos, com 10.13. Rodrigo Nascimento ficou em terceiro com 10.23. “Eu esperava um tempo ainda melhor, mas a corrida foi boa. Passo a passo, um tijolo de cada vez”, disse Erik que treina com Bardi no Sesi de Santo André e também dividem a casa.

“Essa amizade ajuda um a puxar o outro”, disse Bardi, feliz com a marca e comemorando o fato de assegurar o segundo lugar no Ranking Brasileiro e vaga na seleção que vai ao Ibero-Americano de La Mucia, na Espanha, de 20 a 22 de maio. “No treino um ajuda o outro a evoluir como atleta e pessoa, na fé um ao lado do outro”, acrescentou Erik que também vai ao Ibero.

Nos 110 m com barreiras, o carioca Gabriel Constantino foi o vencedor com 13.32 (0.1), exatamente a marca exigida pela World Athletics para o Mundial. Agora, três atletas têm índices: Rafael Henrique Pereira e Eduardo de Deus, além de Gabriel. “Foi uma prova linda. Treinei muito nos últimos dias aqui no Centro Olímpico, especialmente da metade da prova para frente. Não podia mais ‘dormir’”, disse Gabriel, recordista sul-americano da prova, com 13.18. “Foram dois anos difíceis por causa da pandemia, de muitas incertezas. Agora essa competição marca, com certeza, a retomada.”

Eduardo de Deus ficou em segundo lugar, com 13.32, seguido de Wellington Zaza, da Libéria, com 13.36. Rafael Hinrique terminou em quarto lugar, com 13.39.

Outro bom resultado foi no salto triplo. Almir Junior, mato-grossense radicado em Porto Alegre, venceu a prova, com 17,04 (0.7). Foi a sua primeira competição em pista aberta do ano e ele estava muito feliz. “É muito bom voltar, principalmente depois da lesão que sofri em fevereiro e me tirou do Mundial Indoor de Belgrado. “Estou treinando bem, mas estou sem ritmo de competição O objetivo é sempre saltar mais longe”, disse Almir, que foi orientado por Kyioshi Takahashi, consultor da Sogipa, especializado em salto em altura.

O colombiano Geiner Moreno, vencedor do GP São Paulo de quarta-feira, ficou em segundo lugar, com 16,49 m (0.1). O venezuelano Leodan Manuel Torrealba terminou em terceiro, com 16,30 m (0.2).

No arremesso do peso, Darlan Romani, campeão mundial indoor da prova, venceu bem a prova, mas não ficou feliz com o resultado. “Esperava mais”, disse Darlan, que obteve a marca de 21,38 m. O atleta segue nos próximos dias para León, na Espanha, para um camping internacional de treinamento, que será realizado numa parceira entre a CBAt e o COB. “Tudo depende do Prof (Justo Navarro) conseguir o visto para a Espanha”, lembrou Darlan.

O nigeriano Enekwechi Chukwuebuka foi o segundo colocado na prova, com 20,90 m. O brasileiro Willian Denílson Venâncio Dourado terminou em terceiro, com 20,52 m.

Nos 400 m, o paulista Vitor Hugo de Miranda comemorou o resultado de 45.62, igualando o recorde pessoal. “Minha intenção é disputar provas na Europa em breve e conseguir uma boa atuação no Troféu Brasil”, afirmou. Douglas Hernandes Mendes foi o vice-campeão, com 46.22, seguido de Pedro Luiz Burmann, com 46.24.

Índice no distância - O uruguaio Emiliano Lasa - que vive em São Paulo há oito anos e treina com Nélio Moura - deixou a pista comemorando o resultado de 8,28 m no salto em distância (2.0 m/s), sua melhor marca pessoal, aos 31 anos, e índice para o Mundial de Atletismo do Oregon. Posou com a campeã olímpica Maurren Maggi em frente ao placar com a sua marca e teve a torcida do ex-zagueiro Lugano, do São Paulo.

“Foi uma prova forte e difícil, de apenas quatro saltos. E eu estava sob pressão porque o colombiano havia feito 8,07 m. Eu fiz 8.05 m, queimei o segundo e fiz 8.04 m. Mas no último salto consegui a marca e o índice (8,22 m)”, disse Emiliano, feliz por garantir presença no Mundial.

O colombiano Amovis Dalmero foi o segundo colocado, com 8,07 m (2.2) e o brasileiro Gabriel Boza, classificado para o Mundial Sub-20 de Cáli, Colômbia, em agosto, o terceiro, com 7,90 m (1.8). “Com essa marca fico bem colocado no Ranking e o mais importante é não ter sentido a contusão no posterior que vinha me atrapalhando”, afirmou.

Mariana Grazielly Marcelino venceu o lançamento do martelo com 66,68 m, seguida da colombiana Mayra Alexandra Garcia, com 64,53 m e da brasileira Ana Paula Pereira, com 59,58 m. “Está dentro do que era esperado, sair um lançamento entre 66 e 68 metros, mas com certeza dá para fazer mais e minha meta é passar dos 70 metros”, disse a atleta que tem como melhor marca pessoal na prova 68,63 m.

Números - O Grande Prêmio Brasil Loterias Caixa de Atletismo teve 26 provas – 20 válidas pelo GP e seis extras -, com a participação de 177 atletas. O GP contou com a participação de atletas de 20 paises: África do Sul, Argentina, Brasil, Burkina Faso, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guiana, Hongcong, Jamaica, Libéria, Nigéria, Peru, Portugal, Paraguai, República Dominicana, Ucrânia, Uruguai e Venezuela.

O torneio foi transmitido ao vivo pelo Canal Olímpico do Brasil e Canal Atletismo, na plataforma streaming da NSports, por 4 horas e 20 minutos.

Na carreta de recovery da NewOn, parceira da CBAt, foram feitos 60 atendimentos aos competidores do GP.

Um total de 6.500 copos plásticos de água consumidos durante a competição foram encaminhados para a reciclagem.

CBAt