Torcida Gaivotas Fieis pode sair do papel até o final do ano
[caption id=attachment_12540 align=alignleft width=300] Gaivotas Fieis[/caption]
A torcida gay do Corinthians pode começar a funcionar oficialmente até o fim do ano. Pelo menos, essa é a ideia do idealizador do projeto, Felipeh Campos. O jornalista criou as “Gaivotas Fiéis” no fim de 2013 e não se sabia qual rumo tudo havia tomado. Quase dois anos depois, ele revelou o motivo da demora.
“Tudo que lida com dinheiro é muito criterioso, por isso precisávamos de tudo juridicamente institucionalizado, porque senão a Receita vem atrás, Polícia Federal, tudo isso. Agora, queremos começar a operacionalizar até o final do ano”, contou Felipeh, em entrevista ao Portal da Band.
Segundo o apresentador, o projeto está caminhando e agora que está institucionalizado, está pronto para sair do papel. A ideia de Felipeh, porém, não é apenas ter uma torcida que vá aos estádios apoiar o Timão, mas focar em um lado mais social para o projeto.
“Teremos sede, sócios e quero partir para um lado social forte. Não quero ser mais uma torcida, quero fazer o diferente. Existe uma torcida, e ela vai fazer diferente. Quero promover aula de futebol, cursos profissionalizantes, tudo dentro da própria instituição. Algumas coisas já estão encaminhadas para que tudo se concretize”, revelou.
Em 2013, quando a ideia surgiu, alguns torcedores não gostaram e chegaram a ameaçar Felipeh através das redes sociais. Ele ressaltou, porém, que nenhuma das ameaças aconteceram verbal ou fisicamente. Depois de um tempo, os ânimos se acalmaram e a ideia perdeu um pouco do espaço na mídia.
Surgimento do projeto
A ideia de criar uma torcida gay para um dos maiores clubes do Brasil não surgiu do nada, muito pelo contrário. A ideia de Felipeh era chamar a atenção para os direitos da comunidade LGBT e, de alguma maneira, fazer com que os intolerantes enxergassem o preconceito que estavam praticando.
“A minha ideia de montar a Gaivotas foi depois que um rapaz que eu namorava em 2013 foi agredido por uma torcida do Corinthians por ser gay, em plena Avenida Paulista. Se eu fosse simplesmente dar queixa na Polícia, seria apenas mais um caso de preconceito, de homofobia. Fiquei pensando de que forma eu ia fazer com que a torcida prestasse atenção e visse que estava na hora de parar”, disse. “Foi quando criei a torcida. Se eu tivesse ido à delegacia, não daria tanta mídia ou notícia como aconteceu”, completou.
Busca por apoio
Após começar os trâmites para oficializar a torcida, Felipeh tentou contato com a diretoria do Corinthians. Segundo ele, aconteceu uma conversa na época com dois diretores do clube, que disseram que não se responsabilizariam por nada. O criador do projeto também tentou conversar com algumas torcidas organizadas do Timão, mas não obteve respostas.
“Tentei contato com duas organizadas, mas não tive nenhum retorno. Então não fiquei correndo atrás, mas gostaria de uma unificação para caminharmos juntos. Ficaria feliz se a Gaviões abrisse uma oportunidade, as outras também, para que houvesse uma interação. Ou então, que todo mundo ficasse junto contra esse homofobia descarada, esse machismo”, disparou Felipeh.
O jornalista revelou que alguns jogadores também demonstraram apoio ao projeto, mas fora da mídia, por receio da reação dos torcedores.
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