Torcedores do Athletico-PR reclamam da contratação de Cuca
Furacão anunciou a contratação do treinador para a temporada 2024
O Athletico-PR anunciou a contratação de Cuca para a temporada 2024 nesta segunda-feira (4). O treinador estava sem clube desde abril de 2024, quando decidiu deixar o Corinthians após classificação às oitavas de final da Copa do Brasil.
“O treinador inicia os trabalhos no CAT Caju nesta terça-feira, data de reapresentação do elenco rubro-negro”, diz a nota do clube.
A contratação havia gerado polêmica entre torcedores por conta de uma condenação por estupro, na Suíça, em 1988. Em janeiro de 2024, a condenação foi anulada pela justiça suíça.
Pelas redes sociais, alguns torcedores reclamaram da contratação. “Pleno centenário e vocês fazer uma dessas”, disse o usuário Mateus Teles.
“Lamentável sujar a história desse jeito”, publicou Pâmela Helena.
“O time não precisa dessa polêmica e divisão de torcida no ano do centenário. A gente não tem 1 minuto de paz mesmo”, reclamou a torcedora Ana Pierin.
Uma campanha de 2020 feita pelo clube foi resgatada por usuários do X, antigo Twitter, em referência à contratação do novo treinador. No vídeo, as jogadoras do elenco feminino afirmam que “não existe estupro culposo”, em referência ao caso do julgamento de abuso sexual sofrido por Mariana Ferrer.
Por outro lado, outros torcedores aprovaram a contratação do treinador pelo Furacão, que completa 100 anos em 2024.
“Bem vindo, professor! Boa sorte! Que Nossa senhora abençoe essa caminhada! E que tenhamos muitos motivos pra comemorar nesse ano especial! O CENTENÁRIO começou! Chega de notícias ruins!”, publicou o usuário Luka Maio.
“Até que enfim o clube Athletico Paranaense tem um técnico de verdade. Bem-vindo e boa sorte Cuca!!! Vamo pra cima e que deus nos abençoe nesse ano tão importante em busca de títulos!”, publicou Brenner William.
Cuca no Corinthians
Cuca ficou apenas dois jogos na última passagem pelo Corinthians. A condenação por estupro, ocorrida na Suíça durante excursão do Grêmio à Europa em 1987, pesou entre parte da torcida e gerou até conflitos com o time feminino.
Cuca anunciou a decisão de deixar o Timão em entrevista coletiva após se classificar às oitavas de final da Copa do Brasil nos pênaltis contra o Remo. Ele disse que pesou o pedido da família, que vinha sofrendo, segundo o treinador, ameaças nas redes sociais.
“Chega um momento que você pesa o que vale e o que não vale. Nesse momento, quero fazer valer minha família, Não esperava essa avalanche, são coisas que aconteceram há muito tempo. Fui julgado e punido pela internet”, afirmou
À época, jogadoras do time feminino também se manifestaram e publicaram, em tom de protesto, que “respeita [sic] as minas”, frase bastante utilizada por movimentos femininos e até mesmo pelo Corinthians, “não é uma frase qualquer”.
Condenação de estupro anulada
O Tribunal Regional do distrito de Berna-Mittelland, na Suíça, decidiu anular a sentença que condenava Cuca por estupro de uma menor de idade, episódio ocorrido no país durante excursão do Grêmio à Europa em 1987.
A juíza Bettina Bochsler acatou argumentação da defesa do treinador de que Cuca foi condenado à época sem representação legal. Por isso, no entendimento de seus advogados, teria direito a um novo julgamento.
Segundo as autoridades suíças, porém, isso não seria possível pois o crime já estava prescrito. O Ministério Público, então, sugeriu a anulação da pena e o fim do processo. O desfecho do caso foi revelado pela Folha de S. Paulo e confirmado pela CNN Brasil.
Indenização de R$ 55 mil
O encerramento do processo não significa que Cuca tenha sido inocentado, mas sim que o caso foi concluído por ausência de representação legal. Por irregularidade no julgamento, a juíza Bettina Boschler determinou uma indenização do Estado suíço a Cuca no valor de 9.500 francos, o equivalente a R$ 55 mil.
O caso ganhou grande repercussão midiática no ano passado, quando o técnico foi contratado pelo Corinthians. Imediatamente após o anúncio, em abril, houve um forte movimento de protesto à contratação do treinador por parte de torcedores corintianos.
Jairo Nascimento da CNN