Tite compara Corinthians de 2012 e 2015. E revela os segredos dos times

04/11/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

De um lado, o Corinthians que pôs fim à obsessão da Libertadores e se consagrou ao vencer o Mundial sobre o Chelsea. De outro, o Corinthians que pode ser campeão brasileiro com status de melhor time da era dos pontos corridos. Em comum, o mesmo mentor: Tite, prestes a se tornar bicampeão nacional com o clube paulista.

Na noite desta terça-feira, em evento realizado em São Paulo, o treinador corintiano falou bastante sobre as duas equipes que montou. Ele, porém, não quis cravar qual dos times é melhor. Limitou-se em dizer que o Corinthians de 2012 está guardado com o título mundial e o atual está ainda em construção, com um jogo plasticamente mais bonito.

Segundo Tite, a principal mudança é tática. São sistemas diferentes, o de 2012 era um 4-2-3-1, o de 2015 um 4-1-4-1. Eles saem de posições de diferentes. O 4-2-3-1 tem três médios que balançam e o 4-1-4-1 tem uma linha mais avançada. Os movimentos e as coordenações de movimento são diferentes, explicou o treinador.

O comandante alvinegro dá detalhes sobre a peças do meio-campo. O time de 2012 era mais posicional: Danilo e Alex eram mais posicionados. O de hoje tem mais transição, disse Tite, que ainda ressaltou a força da concentração da equipe de 2012: Foi fundamental para vencer o Chelsea.

Daquela equipe campeã mundial, apenas quatro jogadores ainda estão no Corinthians: o goleiro Cássio, o volante Ralf e o meia Danilo, além do zagueiro Felipe, reserva naquela ocasião. Cássio, Ralf e Felipe, hoje, são titulares de Tite. O camisa 20, por sua vez, quase sempre é opção para o segundo tempo.

Um novo Corinthians

A transição do time atual, tão repetida por Tite, só é possível graças à movimentação constante dos homens de meio-campo. Com um jogador à frente da zaga (Ralf), o Corinthians atua com uma linha de quatro atletas atrás do centroavante (Vagner Love): Jadson à direita, com Elias, Renato Augusto e Malcom até o lado esquerdo.

Eu não imaginava que isso pudesse ser assim. O sistema foi criado contra o (Bayer) Leverkusen, na pré-temporada, relembrou Tite, que também explicou como Jadson entrou no time -- com a saídas de Emerson e Guerrero, Malcom e Vagner Love (ou Luciano), respectivamente, foram escalados.

De acordo com o treinador, a informação de que o uruguaio Lodeiro estava vendido ao Boca Juniors, recebida já no trajeto da Arena Corinthians, antes da partida contra o Marília pelo Paulistão, no dia 1º de fevereiro, mudou os planos.

Eu imaginava o Renato pelo lado e o um jogador por dentro. O Renato já tinha jogado pelo lado comigo em 2013, contra o Tijuana. O time atuou bem. O Lodeiro saiu e mudamos. O Jadson veio para o lado e jogou muito por ali. A equipe foi muito bem, disse.

Ajuda especial após as decepções

Tite revelou também que recebeu um apoio fundamental quando o Corinthians foi eliminado do Campeonato Paulista e da Libertadores neste ano. Após as decepções, foi a esposa do treinador quem o fortaleceu.

Quando saímos do Paulista invicto, eu senti. Eu disse: não é possível. Na Libertadores, o time jogou mal contra o Guaraní. Se perdeu emocionalmente. Eu senti também. Depois, minha esposa olhou pra mim e disse: a equipe é boa e precisa de você. Ela me deu puxão para estar forte de novo. Ninguém é super-homem. Ela me deu esse combustível. E a equipe se reconstruiu, frisou.

A cinco pontos do título brasileiro, Tite ainda mantém os pés no chão ao dizer que o campeonato ainda não está definido. O treinador, porém, admite que o time corintiano jogou como campeão contra o Atlético-MG no último domingo, quando venceu por 3 a 0 em Belo Horizonte. Jogou, venceu e convenceu, finalizou Tite.

Fonte: UOL esportes