Tevez vê Boca Juniors em má fáse, mas descarta saída: não sou cagão
Carlitos Tevez, atacante do Boca Juniors, deu uma longa entrevista nesta segunda-feira aos jornalistas argentinos do canal FOX Sports. À emissora, o camisa 10 demonstrou pouco otimismo com a possibilidade de título na Copa Libertadores da América e assegurou que sua relação com dirigentes e torcedores do Boca não é tão próxima como se imagina.
Embora o Boca Juniors tenha conquistado o Campeonato Argentino e a Copa Argentina em 2015, o técnico Rodolfo Arrubarrena não resistiu ao início irregular de temporada em 2016. Na Copa Libertadores, um empate na estreia; no Campeonato Argentino, foram duas vitórias, um empate e uma derrota nas quatro primeiras rodadas. Saiu Arruabarrena e entrou Guillermo Barros Schelotto, ex-Lanús.
Com o novo técnico, o Boca sofreu uma derrota (1 a 0 para o Racing na quinta rodada) e um empate (0 a 0 com o River Plate na sexta rodada). Para Tevez, os resultados são naturais enquanto os jogadores se adaptam ao ritmo forte de jogo de Schelotto. Não vai ser agora, disse Tevez. Vai levar um tempo para nos adaptarmos ao que pede Guillermo, declarou também.
O atacante ainda deixou claro que não foi consultado a respeito da troca de treinadores no clube, e deixou a questão a cargo da diretoria. E mesmo com a mudança, vê a classificação para as oitavas de final da Libertadores em risco.
Questionado se acreditava em vaga, após dois empates nos dois primeiros jogos, Tevez demonstrou pessimismo. Assim como estamos agora? Assim não. Quando jogamos a primeira partida, eu já disse, analisou.
Confira os principais assuntos da entrevista de Tevez:
Trabalho com o novo técnico
Com o modo de jogo que jogava El Vasco (Arrubarrena), agora é muito diferente. Nós dissemos: depois do primeiro tempo com o Racing, no segundo tempo, não podiamos levantar a perna. Depois de três dias, não se podia recuperar e jogar na mesma intensidade com o River.
Troca de treinador no Boca Juniors
Para isso há os dirigentes e eles são pagos. Seria, de minha parte, uma falta de respeito – primeiro aos dirigentes, a instituição, à comisssão técnica. Não seria bom, da minha parte, fazer essas coisas – tipo, dar opinião na comida, falar dos meninos.
Foi consultado sobre a troca?
Não, isso é coisa de dirigentes. Se me perguntassem, eu ia dizer. A mim, interessa fazer gols e jogar bem. Estou preocupado – se o Boca não vai bem, vou estar triste porque sou do Boca. Sou assim. Sou como o torcedor, e se o time vai mal, vou estar triste. Se não joga bem, querem o quê? Que eu ria? Que esteja contente?
Relacionamento com a torcida
Os meninos conhecem bem tudo, vão ao clube todos os dias. Os jornalistas vão ao clube e não falam nada. Dizem que sou amigo da barra, mas eu não sou amigo dabarra. Autografo camiseta, sem problema.
Fanatismo negativo da torcida
Há toda essa coisa que, quando você vai ao estádio, tem que se acostumar. Estamos em uma sociedade em que é dificil viver. Acreditam que o futebol é tudo que nos rodeia, e acho que não é assim. O futebol é um esporte, e você tem que estar melhor que o outro para ganhar, mas, na verdade, ainda é um esporte, e levam ao extremo. Isso me desgasta. Por exemplo: se tenho que sair com minha filha na segunda-feira, tenho que ver como foi o Boca no domingo; se perdemos, não posso sair.
Eliminação na Libertadores?
Pode se complicar o tema classificação. Estou pensando só na quinta-feira (jogo fora de casa contra o Bolívar-BOL). Os dias passam tão rápido, as partidas passam tão rápido. Precisamos ver. Não pensamos o que pode acontecer se não classificarmos às oitavas de final.
Saída do clube no fim do primeiro semestre
É óbvio que se pensa que alguém pode deixar o clube em junho, mas que me conhece um pouco sabe que é muito difícil que isso aconteça. É muito difícil, pelo que sou, pelas pessoas do Boca. Não sou um cagão que, na primeira dificuldade, vou embora. Represento o Boca. Estamos passando por um mal momento, e por isso falo: são fases que qualquer um passa. Vai passar. Tenho certeza de que isso vai acontecer.
UOL Esportes