Talento de Edmundo impediu que jogo comprado tivesse resultado manipulado

08/09/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Virou rotina no Campeonato Brasileiro: a cada rodada disputada, uma chuva de reclamações sobre o desempenho dos árbitros. E a questão não chega a ser novidade. Em 2005, após o escândalo da Máfia do Apito, liderada por Edilson Pereira de Carvalho, 11 jogos foram anulados e disputados novamente. Mas não foram todos que tiveram o placar definido pelo juiz. Em uma das partidas, o talento de um craque impediu o resultado manipulado.

Logo na primeira partida do Brasileiro daquele ano que agiria para mudar o resultado, Edilson encontrou o atacante Edmundo pela frente. Fui para o jogo com a finalidade de ajudar o Juventude. Mas não teve sequer uma ajuda. Ele destruiu o jogo [três gols marcados], disse o árbitro em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, recordando o Figueirense 4 x 1 Juventude de 24 de julho de 2005.

Aquilo foi muito duro para o nosso time na época. Fez falta lá na frente. Ganhamos por 4 a 1 no jogo anulado e depois perdemos dois pontos no jogo remarcado [empate por 2 a 2]. No fim acabamos salvando do rebaixamento, recordou Edmundo, então atacante do Figueirense e hoje comentarista da TV Bandeirantes.

Edmundo ainda lembrou outra perda que teve em campo. Aquele jogo fez falta especialmente para mim. Eu sou o terceiro maior artilheiro do campeonato brasileiro, exatamente três gols atrás do Romário. Isso não conta muito, não tem muito valor financeiro, mas historicamente isso fez diferença.

Mesmo com o prejuízo da época, Edmundo faz uma análise fria do momento da arbitragem e defende os juízes de futebol no Brasil.

Não sou apenas contra a arbitragem. Eles deveriam ter uma segurança maior, sou a favor do percentual eles pleiteavam de direito de Arena, sou a favor da profissionalização dos árbitros para que eles tenham uma remuneração maior e com isso uma responsabilidade maior. E a posição deles é muito injusta. As pessoas que criticam e que julgam os árbitros têm uma infinidade de recursos, vê 500 vezes para tirar a conclusão. Eles têm fração de segundos. Penso que eles deveriam contar com recursos. É dever da FIFA, da CBF, dos órgãos organizadores investir nisso para tirar um pouco a responsabilidade dos árbitros. Eles ficam muito com a bunda na janela, analisou o ex-atleta.

Por fim, o sempre polêmico Edmundo ainda disse que a Máfia do Apito de 2005 está longe de ser o maior escândalo do futebol brasileiro. Não foi a pior e nem a única. Se investigar bem, tem outras irregularidades. Essa foi apenas a que revelaram, finalizou.

Fonte: UOL esporte