Sheilla ataca CBV e acusa descaso: Somos punidas por sermos as melhores

21/03/2017 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

reclamações não são de agora. Mas, ao ver o espaço se fechar ainda mais, um grupo com algumas das principais jogadoras do país resolveu protestar. Diante das mudanças no ranking para a Superliga feminina da próxima temporada, campeãs olímpicas se posicionaram em rota de colisão com a Confederação Brasileira de Vôlei. Sheilla é uma delas. Após ano sabático, a oposta planeja o retorno às quadras. Mas, com a manutenção do limite de duas jogadoras com nível sete - o máximo possível - por equipe, a jogadora viu o caminho de volta se complicar.

Sheilla sempre foi contra a ideia do ranking, criado na temporada 92/93 com o propósito de equilibrar os times da Superliga. Na prática, porém, ela diz que não é bem assim. Aponta, por exemplo, a supremacia de Rio de Janeiro e Osasco nas conquistas, com raras exceções.

- Sempre fui contra. São coisas que só prejudicam. É discriminação, somos punidas no nosso país por sermos as melhores. Agora ficou nítido, com o ranking valendo só para as jogadoras de sete pontos. Terem excluído o ranking das outras é ótimo, mas deveria ser para todas. Assim, abre espaço para estrangeiras, desvaloriza as principais jogadoras do país. A Superliga está nivelada por baixo, e vai ficar pior.

A CBV se defende. Diz que a manutenção do limite foi aceito por votação, com a participação de membros da Comissão de Atletas. Sheilla, porém, diz que o voto de atletas é incapaz de vetar a situação. Diante das dificuldades, as jogadoras uniram forças e, através de um grupo no Whatsapp, resolveram reinvindicar um panorama mais favorável.

- A Comissão votou contra o ranking, mas é um voto entre 11. É nulo. A CBV fez esse ranking a vida inteira. Nos temos um grupo no Whatsapp. E a Garay me ligou outro dia, da China, para conversar. A CBV pregou ranking por iualdade, mas isso nunca aconteceu. Rio e Osasco sempre dominaram. Nunca houve igualdade. Nunca . Sempre fortaleceu os mais fortes. Por que a CBV não chega para algum clube, como, por exemplo, o Pinheiros. Você quer contar com a Sheilla? Como podemos ajudar? Se a gente transmitir mais jogos, será que o patrocínio começa aumentar? Mas não fazem isso. É completamente injusto.

A oposta acredita que falta critério ao ranking. Cita, por exemplo, a seleção da primeira fase da atual temporada da Superliga. Das eleitas, apenas uma tem sete pontos: Tandara, do Osasco. Sheilla reclama de descaso da organização.

- O ranking nunca teve critério. Você vê a seleção da Superliga, só tem uma atleta de sete pontos. Quais são os critérios que eles usam para falar que nós somos sete pontos e a outra não é? Você pega 2012, se fossem colocar a pontuação de sete nas campeãs olímpicas. Não foi, mas vamos supor. Não tem critério. É descaso da CBV, punindo as melhores.

Sheilla lembra o time formado por Osasco na temporada 2012/2013, com campeãs olímpicas. No fim da temporada, a CBV aumentou a pontuação de algumas jogadoras, fazendo com que atletas como Fernanda Garay fossem obrigadas a sair do clube. A oposta afirma que as jogadoras estão lutando para a mudar a situação, mas ainda não tiveram resosta da CBV.

- Se a gente fizesse um ranking com as comissões técnicas, sera que os treinadores ficariam satisfeitos? O Rio, por exemplo, campeão de tudo. A comissão nao poderia ficar junta. Será que achariam legal? Como fizeram com o Osasco em 2012. Aumentaram a pontuação das jogadoras para forçarem algumas a saírem de la. É completamente injusto. Discriminou total. Estamos fazendo tudo para mudar essa situação. A CBV não nos procurou. Essa carta de repúdio, nós mandamos na semana passada. E nada foi feito - afirmou.

Globo Esporte