Seleção cubana de vôlei tem visto negado pelos EUA e fica fora de torneio

30/06/2025 10h41 - Atualizado há 5 dias

Federação Cubana de Voleibol repudiou a negativa dos americanos para participar de evento na Costa Rica, que é território dos EUA

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Seleção cubana de vôlei teve o visto negado para ingressar em Porto Rico • Reprodução / Federação Cubana de Vôlei

A seleção feminina de vôlei de Cuba está fora do Norceca Final Four, um torneio classificatório para os Jogos Centro-Americanos e do Caribe, que será realizado entre os dias 16 e 21 de julho em Porto Rico.

A ausência da equipe foi confirmada pela Federação Cubana de Voleibol (FCV), que anunciou, na última quinta-feira (27), que a delegação teve os vistos negados pela Embaixada dos Estados Unidos, impedindo sua entrada na ilha que é um território norte-americano. No total, 16 vistos foram negados.

Por se tratar de uma competição sediada em Porto Rico, que está sob jurisdição dos Estados Unidos, os integrantes da delegação cubana precisam de visto americano para participar.

16 vistos negados

No total, 16 vistos foram negados: 12 jogadoras, dois membros da comissão técnica, um árbitro e um gerente de equipe. Com a saída de Cuba, Trinidad e Tobago foi convidada para completar o grupo, que conta ainda com México, Costa Rica e a seleção anfitriã.

O Norceca Final Four vale pontos no ranking mundial e integra o ciclo classificatório para os Jogos Centro-Americanos e do Caribe, em Santo Domingo, em 2026. A exclusão da equipe cubana pode comprometer significativamente as chances de classificação do país nas próximas etapas do torneio e impactar sua posição tanto no ranking da Confederação de Voleibol da América do Norte, Central e Caribe, quanto no ranking mundial.

Procurado, o governo dos Estados Unidos não comentou o motivo da negativa dos vistos, alegando a confidencialidade nos processos de concessão consular.

Repúdio cubano

A Federação de volei cubana repudiou a negativa dos vistos, que chamou de "injusta e discriminatória". Leia a nota na íntegra:

“A Federação Cubana de Voleibol informa que a Embaixada dos Estados Unidos em Havana negou o visto a todos os integrantes da delegação que deveria representar Cuba no torneio feminino Final Four da Norceca, a ser realizado em Porto Rico, de 16 a 21 de julho próximo. “Seus 16 integrantes (12 atletas, 2 treinadores, 1 árbitro e 1 team manager) foram notificados nessa sede diplomática, onde foi apresentada a solicitação dentro dos prazos estabelecidos para tal processo. 

Essa decisão, contrária aos compromissos inerentes à responsabilidade assumida pelos países que sediam eventos esportivos internacionais, dificulta a presença de Cuba em uma competição que faz parte da rota de classificação para os Jogos Centro-Americanos e do Caribe de Santo Domingo 2026 e que conta pontos para os rankings da Norceca e mundial.

Trata-se de uma posição injusta e discriminatória, alheia aos preceitos do esporte, que se soma ao ocorrido em anos anteriores com delegações de outras modalidades, o que aumenta as incertezas quanto ao que poderá ocorrer futuramente com relação à conduta do país que sediará os Jogos Olímpicos de 2028. “Agradecemos os múltiplos esforços realizados pelos organizadores, aos quais informamos o ocorrido".

Outro caso

A seleção feminina de basquete do Senegal teve que cancelar um campo de treinamento programado nos Estados Unidos após alguns membros da equipe terem seus vistos negados.

O Primeiro-ministro senegalês Ousmane Sonko escreveu no Facebook que o campo de treinamento de 10 dias, que estava previsto para acontecer em uma universidade nos EUA entre 22 de junho e 3 de julho, foi mudado para a capital do Senegal, Dakar, "um ambiente soberano propício ao desempenho de nossas atletas" após "várias" jogadoras terem seus vistos negados.

Restrições de Trump

No início deste mês, o presidente dos EUA Donald Trump anunciou uma proibição de viagens para 12 países, que restringe a entrada de cidadãos do Afeganistão; Mianmar, também conhecido como Birmânia; Chade; República do Congo; Guiné Equatorial; Eritreia; Haiti; Irã; Líbia; Somália; Sudão; e Iêmen.

A entrada de pessoas de outros sete países — Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela — será parcialmente restringida.

Jairo Nascimento, da CNN, São Paulo