Santos perde patrocínios apalavrados por ficar fora da Libertadores

10/12/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Muita coisa mudou no Santos após a perda do título da Copa do Brasil para o Palmeiras na semana passada. A diretoria santista e o departamento de marketing encaminhavam todo o planejamento de 2016 já contando com a vaga na Copa Libertadores da América.

Isso porque nem o santista mais pessimista acreditaria que o time ficaria de fora da competição continental do próximo ano.

Quando entrou em campo contra o Flamengo no dia 19 de novembro, na Vila Belmiro, o Santos era o quarto colocado do Campeonato Brasileiro, com 54 pontos, e garantia parcialmente uma vaga na Libertadores. Além da boa campanha no Brasileirão, a equipe santista era apontada como favorita ao título na decisão da Copa do Brasil contra o Palmeiras, disputada em dois jogos – Vila Belmiro e Allianz Parque.

Após deixar escapar a vaga nas duas competições nacionais, o Santos perdeu futuras receitas. O marketing do clube já tinha conversas adiantadas para enfim fechar o patrocinador master, renda que o clube não tem desde o fim de 2012, quando encerrou o vínculo com o Banco BMG.

Agora, a cúpula santista prevê dificuldades para fechar grandes negócios, pois os candidatos a patrocinadores sabem que teriam mais visibilidade com o alvinegro praiano na Libertadores.

Entenda abaixo o que representaria estar na Copa Libertadores do próximo ano para o Santos:

Cofres cheios

A primeira grande perda será financeira. Ir à Libertadores, já na fase de grupo do torneio, garantirá R$ 7,5 milhões. O clube campeão da Copa do Brasil recebe um prêmio de R$ 4 milhões. Além disso, há o repasse da Conmebol. Nos últimos três anos, a entidade desembolsou 300 mil dólares (R$ 1,15 milhão) por cada partida disputada em casa na primeira fase.

O Santos ainda perdeu as rendas líquidas dos três jogos da primeira fase. A equipe santista, na primeira final da Copa do Brasil, embolsou R$ 1,03 milhão -- se a média for mantida na Libertadores, o valor atingiria R$ 3,09 milhões na fase de grupos da competição sul-americana.

O repasse ainda aumentaria à medida que o clube avançasse na Libertadores. Nos últimos anos, a Conmebol pagou 550 mil dólares (R$ 2,1 milhões) nas oitavas de final, 650 mil dólares (R$ 2,5 milhões) nas quartas e 700 mil dólares (R$ 2,7 milhões) na semifinal. No ano passado, o River Plate recebeu 2,3 milhões de dólares (R$ 8,8 milhões) pela vitória na final. O Tigres, vice-campeão, embolsou 1 milhão de dólares (R$ 3,8 milhões), mesmo com o revés.

Reforços de peso

Fora da Libertadores, o Santos deve manter a política do bom e barato para 2016. A diretoria, inclusive, paralisou as negociações com o meia Paulo Henrique Ganso por este motivo. O retorno de Robinho também era um sonho exclusivo para a competição continental.

O clube também usava a Libertadores para tenta convencer Lucas Lima, sua principal estrela em 2015, a permanecer no clube. Agora, o clube paulista não tem outro argumento forte para convencer o camisa 20 a recusar propostas da Europa.

Paz com a torcida 

A derrota na final aumenta pressão sobre os jogadores. A torcida santista estava em paz com o clube desde o título do Campeonato Paulista, mas a situação pode piorar com o time fora da Libertadores depois de desperdiçar duas chances claras de classificação. Neste ano, os muros da Vila foram pichados no período em que o time freqüentou a zona de rebaixamento no Brasileirão. Vale lembrar que o Santos perdeu a vaga na Libertadores pelo Brasileiro após escalar o time reserva contra Coritiba e Vasco. Nas redes sociais, os torcedores não engoliram a estratégia.

Fonte: UOL esportes