Rodrygo não esquece pênalti perdido na Copa: ‘Se ganhasse, ninguém lembraria’

14/06/2024 04h51 - Atualizado há 10 mêses

Com exclusividade para PLACAR, hoje camisa 10 da seleção brasileira revelou que partida contra Croácia, nas quartas de final do Mundial no Catar, em 2022, ainda ‘martela a mente’

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Rodrygo iniciou série de cobranças de pênalti no Brasil x Croácia - Georgi Licovski/EFE

Um ano e meio depois, a eliminação do Brasil para a Croácia nas quartas de final da última Copa do Mundo ainda ‘martela a mente’ de Rodrygo. O hoje camisa 10 da seleção disse com exclusividade à PLACAR que não esquece o pênalti que perdeu no estádio Cidade da Educação, no Catar, e vê críticas um tanto exageradas sobre aquela partida. Para o atacante, ‘se tivesse vencido, ninguém lembraria quem bateu o pênalti’.

Rodrygo, então perto de completar 22 anos, mais velho apenas que Gabriel Martinelli naquele grupo, abriu a série de pênaltis. O jovem escolheu o canto esquerdo, mas parou nas mãos do goleiro Dominik Livakovic. Na última cobrança, Marquinhos acertou a trave, e a Croácia se classificou.

“Todos os jogadores estavam ali lembram disso todos os dias praticamente. A gente acaba sempre vendo vídeos, começa a vir na lembrança: ‘faltavam quatro minutos e a gente tomou um gol besta. Então é uma coisa que acho que até hoje martela na nossa mente. Nosso time era melhor que o da Croácia e teve muitas chances. A gente não conseguiu fazer [mais um gol]. Então, começa a vir tudo isso na cabeça”, disse.

Craque do time, Neymar era preservado para a quinta cobrança, mas, como o adversário não havia desperdiçado um chute sequer, o erro custou a eliminação para o Brasil — Casemiro e Pedro haviam convertido as cobranças seguintes e deixado a equipe com chances na disputa.

Para Rodrygo, batedor oficial de pênaltis no Real Madrid quando Karim Benzema não estava em campo, uma eventual classificação naquele momento teria apagado todo o episódio acerca do chamado “pênalti da discórdia”. Até mesmo as críticas a Neymar não existiriam se o resultado fosse o contrário.

“Essas discussões acontecem porque a gente perdeu. Se a gente tivesse ganhado o jogo, ninguém lembraria se o Neymar bateu ou não o pênalti, se ele bateu o primeiro ou o quinto. Então quando você perde, está tudo errado. E a gente tem a consciência disso. E, claro, independente da minha idade ali, de ser o segundo mais novo, tinha muita confiança e o grupo inteiro confiava em mim. Todo mundo sabia que eu seria um dos batedores, sendo o primeiro, segundo, terceiro… Independente de qual ordem fosse eu, eu iria bater. Todo mundo perguntou se eu iria bater, e eu falei que iria”, disse.

Rodrygo está com a seleção brasileira que disputa a Copa América a partir deste mês, no Estados Unidos. A estreia acontece no dia 24 contra a Costa Rica. Ainda na primeira fase, os comandados de Dorival Júnior enfrentam, Paraguai (28/6) e Colômbia (2/7).

Perguntado se voltará a bater pênalti pela seleção brasileira, Rodrygo foi taxativo:

“Sim. Sempre vou dar as caras”, finalizou o jogador.

Rodrygo é uma das atrações do guia da Copa América e da Eurocopa, que chega hoje à loja do Mercado Livre e nas bancas de todo o país. Nos próximos dias, publicaremos novos trechos da entrevista.

Por André Avelar e Klaus Richmond - PLACAR